Uma das coisas que mais gosto é ver filmes sobre música inglesa, principalmente sobre o punk e o pós punk, e entender os diferentes pontos de vista das pessoas que lá estavam e como viveram e do que se lembram.
Creation Stories é a história do Alan McGee, o cara que criou o selo mais fodão de todos, que lançou The Jesus And Mary Chain, Teenage Fanclub, My Bloody Valentine e mais importante, Primal Scream e Oasis.
McGee era um escocesinho magrelo e ruivo que tentou ter uma banda punk mas que pra nossa sorte, logo descobriu que seu negócio não era escrever músicas, nem músicas punk, mas sim ter um selo, cuidar de bandas e ir atrás da banda que seria maior que o U2.
Creation Stories foi escrito a partir das memórias do cara, por um dos grandes escritores escoceses de todos os tempos, Irvine Welsh (o cara que escreveu Trainspotting).
O problema do filme é que o roteiro é meio basiquinho demais, uma mistura de documentário ficcional com filme de entrevista meia boca, as que McGee dá pra uma jornalista americana que uma hora vira famosa e continua sendo sua amiga.
E outro problema é que Welsh tentou transformar a vida de excessos do mais famoso produtor pobre do rock em alguma coisa que tenta lembrar os excessos de Trainspotting.
Inclusive o próprio Spud do filme dos junkies escoceses faz o papel de McGee, o ótimo Ewen Bremner.
Mas o que sobrava naquele filme de atitude misturada a um romantismo decadente falta aqui onde as histórias são contadas de formas aleatórias demais para tanta grandeza que foi gerada daqueles momentos toscos todos.
Veja bem, Creation Stories não é ruim, só não alcança o nível de entretenimento que deveria nos mostrar ao tratar de um cara tão visionário, cool e engraçado como foi o grande Alan McGee.
Ou, pior, o filme talvez seja a prova que nem toda história de vida, por mais relevante que seja, dê um filme interessante.
NOTA: 1/2