Mais uma vez a produtora mais cool do momento, a A24, conseguiu.
The Green Knight, A Lenda do Cavaleiro Verde, vem sendo prometido há tempos, vem sendo vendido como um grande filme de cavaleiros, dirigido pelo grande diretor desses tempos (segundo a produtora, claro), com elenco incrível.
Seria O filme do verão.
E é quase.
A Lenda do Cavaleiro Verde já me pegou porque é um filme baseado em um dos textos da lenda do Rei Arthur, aquele da távola redonda, do Merlin e da espada espetada na pedra.
O cavaleiro verde do título é um monstro que aparece em uma das histórias, que se passa na comemoração da Páscoa, e exige um “duelo” com algum cavaleiro pela honra: eles lutariam ali na hora e depois de meses, na noite de Natal.
Só que a história é a seguinte: o que um cavaleiro fizesse com o outro na Páscoa, deveria sofrer no Natal.
O sobrinho do Rei Artur, Gawain (Dev Patel), aceita o desafio e corta a cabeça do monstro. Mas lembre-se que ele é um monstro e ter a cabeça cortada é o de menos, ela sai com ela debaixo do braço, sem problema algum.
Só que agora ele fica com o cy na mão porque sabe que pela sua honra, vai ter que estar no Natal na “casa” do cavaleiro verde e deverá sofrer o que ele fez: vai ter sua cabeça cortada.
Esse é o comecinho do filme e a grande parte linda e quase chata, é a caminhada natalina de Gawain até a capela verde para encontrar o monstro.
Só que ele vai passando por várias provações no caminho, encontra ladrões, raposa falante, casal de ricos bem peculiar.
O filme acaba sendo uma coisa mais bonitinha e quase adolescente, só que muito bem produzido, muito bem dirigido, com um elenco incrível mesmo que tem a Alicia Vikander, Joel Edgerton, Sarita Choudhury, Sean Harris, Ralph Ineson.
O diretor David Lowery (de A Ghost Story) é realmente uma promessa que se cumpriu.
Apesar dele ter feito filmes pequenos, jogaram na mão do cara um filmão que acaba parecendo maior do que é na verdade.
Fizeram a escolha acertada porque, apesar de O Cavaleiro Verde ter uma aura de super produção, o filme é quase todo feito em closes, em planos fechados nos cenários.
Já nas locações, a céu aberto, no meio do mato, Lowery abusa da grande angular, dos planos abertos, da amplitude, pra mostrar que Gawain é um cara tão grande e poderoso quanto todos os cavaleiros da távola redonda, já que todos eles são mostrados no mesmo “nível”, mas é só mais um grão de areia em relação a natureza, ao mundo todo.
Inclusive o monstro Cavaleiro Verde, que é feito de natureza, do verde, com sua barba de raízes, é o único gigante do filme, já que até mesmo o rei Arthur é um cara normal, meio velho já, doente, ao lado de sua esposa rainha mágica e do Merlin, tatuado até o rosto, o que sabe de tudo sempre.
O filme tem uma ideia de roteiro e de narrativa bem interessante e uma surpresa das melhores.
Só acho que se tivesse uns 20 minutos a menos, seria perfeito.
De qualquer maneira, eu acho que a A24 poderia apostar em uma série baseada nas lendas arhurianas que o sucesso seria certo.
Eu, como filhote d’As Brumas de Avalon, assinaria o streaming com essa série.
Vem ni mim Merlin, vem ni mim Morgana.
NOTA: