Mais um filme doido de tudo na programação do Fantasia Festival, o mais doido de todos.
Hotel Poseidon é uma fantasia super real belga, filha bem vinda dos filmes do Terry Gilliam.
O Hotel Poseidon já teve seus dias de glória e hoje está fechado, comandado por Dave, o semi moribundo filho dos donos do hotel que entre se esquivar dos buracos do chão, do elevador que não funciona e do mofo por todas as paredes, tem que cuidar da tia avó que vive em uma maca em um dos corredores tomando água várias vezes por dia para não morrer, já que sua pensão é o dinheiro que “banca” o hotel decrépito.
Só que num descuido, a tia morre e Dave tem que tomar decisões extremas.
A primeira é sumir com o corpo da tia para que não descubram que ela morreu e assim, ele continuar recebendo a aposentadoria da fofa.
A segunda é conseguir dinheiro de alguma forma, já que ele acha que seu plano inicial não será um sucesso.
A ideia “genial” dele é alugar o Poseidon para uma festa moderninha que acaba transformando não só o hotel decadente em um lugar cool.
Só que o clima super real, como disse lá em cima, que envolve o hotel acaba encontrando no povo da festa o elenco perfeito.
Hotel Poseidon não é surreal, apesar de ter tudo para ser, mas sim super real, tem um clima de algo além da realidade, de exagero, de grandiosidade decadente, como se o interior do Poseidon fosse uma realidade paralela.
Nada é normal, mas nada é surreal, as coisas não parecem um sonho, elas parecem que não se encaixam, que não fazem sentido, apesar de fazerem.
O filme é lindo, a direção de arte é perfeita para esse universo único criado pelo diretor Stefan Lernous, em um filme todo feito em estúdio, onde não vemos uma luz vinda da rua, um solzinho entrando por alguma fresta.
O mofo do hotel pauta o verde do filme, a decadência da família de Dave e o povo da festa é um sopro de ar (não tão) fresco na vida do estranhão.
Tomara que estreie logo por aqui, mas por enquanto foi só a pré estreia no Fantasia.
NOTA: