Paul Dood’s Deadly Lunch Break é um filme que mesmo depois de dias de eu ter assistido, ainda continua f*dendo com o meu cérebro, da melhor forma possível.
Paul Dood é um daqueles caras bem bonzinho: mora com a mãe velhinha, canta, dança, é ator, trabalha em um brechó e… quer vingança.
Ele vem ensaiando, sob o comando de sua mãe fofa doidinha, para participar de um reality show de talentos.
Só que obviamente ele se confunde todo com a data e tem que sair correndo do emprego, se montar todo com as roupas mais brilhantes que ele possui e tentar chegar a tempo para as audições.
Mas todo mundo resolve atrapalhar Paul, a começar pelo colega de brechó, depois pelo guardinha da estação de trem, o dono de uma casa de chá que recusa água para a mãe de Paul tomar seu remédio, um padre escroto e sua assistente inacreditável e o próprio apresentador do programa, que não só reprova o teste do Paul como o humilha da forma mais tosca possível.
Paul, em toda sua ingenuidade e, ouso em dizer, lerdeza, acha que se sua vida terminou por causa dessas 5 pessoas deploráveis e vai fazer de tudo para que suas vidas também terminem.
Paul Dood’s Deadly Lunch Break parece ser uma versão demente de Depois de Horas dirigida pelo Mr. Oizo, o diretor de Rubber e A Jaqueta de Couro de Cervo, aquele diretor francês que eu sempre digo que se inspira nos Trapalhões pra escrever seus roteiros doidões.
Mas o filme foi dirigido pelo inglês Nick Gillespie, assíduo colaborador do queridinho Ben Wheatley, quando ele ainda era bom.
Paul Dood é uma mistura de comédia estúpida maravilhosa inglesa radical, com ares de Monty Python e tudo, com um gore quase que “por acaso”, tipo, oops, por acaso o cara perdeu a cabeça, oops, por acaso o cara foi atropelado.
O mais legal é que o personagem Paul Dood acaba virando no filme uma sensação na internet por coisas aquém de sua vontade, sem que ele saiba, já que durante todo o filme ele fica transmitindo ao vivo sua vida estúpida.
Mas quando a estupidez vira acaso, as coisas bombam e a vida de Paul também bomba e aqui entra o acaso.
O filme é muito bem produzido e muito bem resolvido em todos os problemas que poderiam existir (e que não existem, por isso mesmo) a partir de um roteiro complexo de ser realizado para que o filme não virasse um pastiche.
Minha torcida pelo filme já começa para que tenha vida longa e que esteja disponível logo em algum streaming por aqui.
NOTA: 1/2