Jogo de Poder, o novo filme do grande cineasta grego Costa-Gavras é de um falatório sem fim.
E um porre.
O filme conta as histórias dos bastidores políticos do que aconteceu no momento que a Grécia quebrou e o novo governo passou por reuniões, quase passando o pires, para conseguir dinheiro para reerguer o país.
O filme é interessante, o roteiro é interessante, mas se você não se interessa pelos jogos de poder, como o título do filme, vai odiar.
Mesmo eu, que gosto das saber das tramóias, de entender como o leva e trás acontece e de como o roteirista da vida real acaba sendo mais doido que os roteiristas do audiovisual, achei o filme chato.
O personagem principal de Jogo de Poder é o novo Ministro da Economia, o cara que vai às reuniões com os donos de dinheiro, todos mal humorados, com caras de vilões, bem vestidos, até um deles numa cadeira de rodas que remete ao Peter Sellers do Kubrick.
Esse Ministro vai com a cara e a coragem, sem usar gravata nas reuniões e só por isso esses donos do dinheiro já o olham torto.
O engraçado é que Costa-Gavras tenta romantizar esse ministro, meio que o apresentando como um cara que peita todo mundo, que não se vende e que não vende seu país, como querem os endinheirados que na sua frente dizem uma coisa e que para os jornalistas dizem outras coisas.
Essa romantização é um dos pontos baixos do filme, não dá pra engolir um ministro da economia quase hippie.
De novo, o problema é que o roteiro é repetitivo, chato, que serviria para uma programa jornalístico onde se explicaria toda a situação da quebradeira da Grécia e sua tentativa de reerguer apesar de todos os pesares, mas não um filme do Costa-Gavras, um dos mais ativos diretores políticos.
O filme vai estrear nos próximos dias na mostra EcoFalante 2021.
E se você ama economia e politicagem, assista.
NOTA: