Eu fiquei com esse filme em mãos por um tempão e acabei me esquecendo dele, até que uma amiga me disse que o marido dela, um diretor de cinema dos melhores, me indicou que eu o visse.
Já os agradeci mas aqui vai de novo, obrigado Mercedes, obrigado Claudio, por me lembrarem da existência dessa pérola.
The Killing Of Two Lovers é uma pérola do indie americano.
Um filme pequeno, feito com quase nada de dinheiro, e a gente enxerga isso na urgência da história, o que acaba sendo a grande qualidade do filme que conta a história de David, que está meio separado de sua esposa Nikki, com quem vivem seus 4 filhos.
Ele descobre que ela está se encontrando com alguém, o que eles combinaram que seria ok enquanto estivessem separados, mas saber por sua filha o tira do prumo.
Aliás, o prumo de David é sua família.
Até seu pai, com quem ele está vivendo nesse tempo de “dar um tempo”, acaba sendo seu prumo.
Mas The Killing Of Two Lovers é um filme que joga na nossa cara um dia a dia de gente como a gente, de gente apaixonada que se perde, tenta se encontrar, que se preocupa, que se surpreende e que pode chegar às vias de fato por amor.
Ou por desespero.
Ou por falta de perspectiva.
Robert Machoian, o diretor do filme, é um dos meus novos ídolos, o cara que conseguiu criar personagens normais que transcendem.
O que não é pouco.
Falando com minha amiga Daniela outro dia sobre ídolos, eu disse a ela que por exemplo eu admirava muito atletas olímpicos, aquelas pessoas que passam suas vidas treinando, se aperfeiçoando para chegarem à perfeição física, apesar de todos os pesares, acabando na maioria das vezes com sua saúde física e mental.
Mas meus ídolos de verdade são caras como o Bowie, como o Dali, como o Genesis P-Orridge, o Neil Gaiman, o Niemeyer e um diretor do nível do Machoian, que tira água de pedra e transforma em obra de arte.
The Killing of Two Lovers é, como eu disse, uma historinha de amor e de ciúme totalmente usual, que poderia acontecer comigo e com você (mas você não coopera hehehe), é elevada a níveis que a gente só encontra de vez em quando, depois de procurar muito.
A sensação de encontrar um filme desses perdido pelos mares turbulentos dos super heróis, dos milhões hollywoodianos, das panelinhas de festivais e das porcarias produzidas para (com certeza) lavar dinheiro, a sensação de satisfação, de alegria, de coração acalentado é indescritível.
Não perca por nada.
NOTA: