Gregg Araki é um dos diretores mais legais do cinema gay.
Todos os filmes dele, desde os primeiros totalmente independentes, quase experimentais e radicais até os mais recentes maiores, com roteiros sempre “abusados” que ele consegue produzir com um pouco mais de dinheiro e com um elenco com nomes mais conhecidos, apesar de não abrir mão de sua estética e filosofia, revolucionaram o cinema gay, principalmente aquele bem tosquinho americano.
Sequin No Quarto Azul é uma tentativa bem intencionada até de se fazer um filme nível Gregg Araki na Austrália.
Mas como dizia a minha avó, de boas intenções o inferno está cheio.
O filme é estranhinho, sobre um adolescente “bonitinho” bem resolvido sexualmente (até demais) que tem por filosofia não repetir encontros.
Pra ele é pá e pum, chega, não fala nem o nome, transa e não aparece mais.
Ou melhor, transa e bloqueia no app de pegação que ele usa, pra não ter chance de reencontrar o cara.
Só que um dia ele sai com um cara casado, bem mais velho, que fica obcecado pelo moleque e começa a perseguí-lo, quase que discretamente.
Pra vê-lo de novo, ele com um perfil falso convida o moleque para um festa sexual no tal do quarto azul do título e lá os dois tem surpresas que acabam mudando a dinâmica do filme.
Não que isso seja bom, pra ser bem sincero.
A grande coisa do filme, e também o seu pior defeito, é a pretensão exacerbada de seu diretor de primeira viagem.
O cara deve ter achado que estava fazendo o próximo vencedor da Palma de Ouro de Cannes, como todo diretor deve pensar, claro.
Mas Sequin No Quarto Azul tá bem longe disso.
O filme é bonito até, mas não é tão bem filmado e o elenco não é super bem dirigido.
Tudo é tão clichê, dos cenários aos personagens não terem nomes, só letras, das ações às atuações, nada se salva do óbvio.
Como eu disse, o diretor é pretensioso demais e deve achar que ele e sua ideia mirabolante do adolescente sexual chato demais.
NOTA: 1/2