Pra começar falando bem, Settlers é o novo filme do prodígio Brooklynn Prince, a garotinha incrível que ganhou nossos corações em Projeto Florida.
Aqui ela é Remmy, filha única que vive com seu pai e sua mãe em um planeta Marte totalmente diferente do que esperamos ver, com todo esse papo furado de corrida espacial de bilionário de pau pequeno com foguete fálico pra compensar.
Remmy é filha de Ilsa (a maravilhosa Sofia Boutella de A Múmia) e de um Johnny Lee Miller que virou o véio mais gato do cinema, juro que ainda tô chocado com a cara do galã.
Num planeta sem nada, ou no meio de um deserto de terra vermelha, os 3 precisam se virar para sobreviverem não só o inóspito mas também outras pessoas que por lá estão e que parecem não ser muito amistosas.
Até aqui já falei de 2 grandes qualidade de Settlers, o elenco incrível e o balde de água fria que recebemos ao ver Marte como vai realmente ser, ou como realmente é, e não aqueles desenhos de cidadezinhas brancas cheias de túneis transparentes entre um predinho e outro que os Musks da vida ficam tentando nos enfiar goela abaixo para justificar os bilhões gastos para viajarem à estratosfera por 3 minutos e voltarem de mãos abanando.
De resto, Settlers é daqueles filmes que eu costumo dizer que não tem propósito.
O fiapo de história que é transformada em um roteiro até bonzinho, não justifica os mais de 100 minutos de filme.
Nada acontece.
Ou melhor, desculpe, 3 coisas acontecem.
Totalmente óbvias.
Assim sendo, nem a direção de arte linda, nem o elenco incrível, nem a fotografia bem competente são suficientes para fazer compensar um desperdício desses.
Pensando bem, agora, enquanto escrevo isso, parece que essa fixação com Marte, que acaba sendo sempre decepcionante, seja mesmo uma compensação de uma forma ou de outra.
Se quiserem uma dica de história minimalista de ocupação de outro planeta por terráqueos que fugiram da nossa esfera azul porque não tinha mais como ficar, assistam Raised By Wolves, série incrível do filho do Ridley Scott que está na HBO Max.
NOTA: