Shoplifters of the World é o maior legal, como diziam os jovens, eu incluso, daquele junho 1987, o dia que a banda The Smiths anunciou seu fim.
Prometo não falar aqui sobre o fato crítico do escroto do Morrisey ter virado um neo faxo, mas vou assumir que eu nunca fui super fã dos Smiths porque um dos meus grandes amigos da época me disse que ele morava em Londres à época do surgimento da banda e que eles tinham sido fabricados pelo NME.
Me deu um bodinho mas mesmo assim as letras do Moz e principalmente a guitarra do Johnny Marr sempre me deixaram sem chão.
Quando eu ouço os primeiros acordes de How Soon Is Now eu me arrepio.
Mas vamos ao que viemos, o filme que se passa em Denver, no meio do nada americano, onde uns adolescentes que amavam o rock inglês vão comemorar a última noite de um deles que na segunda feira vai se apresentar no exército.
Meio Hair essa premissa e eu gosto muito.
Principalmente porque, além deles amarem os Smiths, eles se vestiam como a Madonna, o Robert Smith, a Siouxsie, ouviam tudo de muito bom e por coincidência, aquele sábado fatídico para a amizade dos quatro, sua banda preferida acaba.
E para melhorar a situação, Dean, o vendedor de discos e K7’s que deixa a Chloe, sua paixãozinha, roubar fitas da loja (olha o título do filme aí, gente), o carinha tímido resolve invadir a rádio rock da cidade na madrugada que teria o lançamento de disco do Kiss e mais uma maratona de metal.
E lá chega Dean com os discos dos Smiths fazendo o dj cabeludo sofrer a madrugada toda ouvindo choramingo inglês, como ele mesmo diz.
A história se espalha e a molecada toda fica doida ouvindo a rádio e resolvendo seus probleminhas de sexo, drogas e claro, rock and roll.
Principalmente os de sexo, no caso do filme.
Isso tudo pra dizer que o mais legal do filme é os Smiths liberaram todas as suas músicas, que contam a história toda de um roteiro bem bonitinho e bem escrito.
E não só isso.
O filme é lo-ta-do de referências e músicas e bandas, fotos, imagens, dancinhas, tudo na maior cara de pau, só que tudo muito bem colocado e muito bem escrito.
Tem cena da Madonna se secando no secador de parede, tem Siouxsie beijando o Robert Smith no banheiro, tem piadinhas e mais piadinhas com letras de músicas, é o máximo.
Se esse filme tivesse sido lançado uns 30 anos atrás seria do tamanho de um A Garota de Rosa-Shocking, porque é cheio de indagações inteligentes adolescentes, nada muito cabeça demais, como são os adolescentes, mas tudo a ser levado a sério o suficiente.
Shoplifters of The World é legal demais até pra quem não gosta de Smiths.
É aquele filme pop que a gente adora assistir pra principalmente reconhecer as referências, ouvir as músicas originais e reconhecer que o roteirista e diretor Stephen Kjack teve a manha, por mais bobo e ingênuo que seja seu filme.
NOTA: