Crock of Gold: A Few Rounds with Shane MacGowan é um dos documentários mais emocionantes que eu assisti nos últimos anos.
Graças ao In-Edit Brasil, esteve em cartaz por uns dias e espero que logo volte por lá e eu aviso, juro.
O filme nos conta a história que todo punk, amante dos punks, amantes da música popular inglesa, amantes do rock já meio que conhece, a do “ser” Shane MacGowan.
Eu sempre disse pra amigos que Shane era o Gainsbourg do punk inglês, o feioso genial, que sempre esteve na primeira fila de todos os shows e vídeos de Sex Pistols a Clash, que começou a escrever música, montou bandas, casou bem casado, virou um ícone da música britânica e está vivo até hoje não se sabe como nem porquê.
Bom, se existisse um deus no céu, Shane estar vivo seria a prova disso.
As histórias de Shane são das mais emblemáticas desde o fatídico 1977 e ouví-las, mesmo que murmuradas (obrigado legendadores) do próprio foi a coisa mais linda desse documentário que é dirigido pelo lendário Julian Temple e produzido pelo hoje odiado, obviamente amigo íntimo de Shane, Johnny Depp, pra quem rolam grandes declarações.
Falei de deus no céu, mas Shane é um dos Deuses na Terra, um daqueles caras a serem venerados com orgulho.
A história da música do século XX faz uma curva radical quando ele entra em ação e dali pra frente nada mais foi o mesmo.
Tomar umas com “o desdentado do Pogues” deve ser uma das maiores sensações da vida.
E a declaração mais bacana do filme é do próprio Depp que diz acreditar em 100% do que Shane conta porque ele não conhece ninguém que tenha mais memória que o doido e diz que se alguém assim aparecer ele dá todos os royalties que tem pra receber o resto da vida pra essa pessoa.
Deve ter dado pro Shane, obrigado, de nada.
NOTA: