Décadas atrás, quando a indústria do cinema pornô explodiu e se tornou a maior e mais rentável indústria do entretenimento nos EUA, os donos dos estúdios, como todo bom dono de estúdio que só pensa em crescer e ganhar mais dinheiro, chegaram à conclusão que além dos filmes de sexo explícito, eles poderiam ganhar mais dinheiro ainda se criassem outro nicho.
Assim foi criado o chamado “soft core”, ou o pornô suave, que são aqueles filmes com um pouquinho mais de história e sem nenhuma cena de sexo explícito.
Diz a lenda que eles fizeram isso focados no público feminino.
Lembrem-se que isso foi lá pela década de 1980, onde o sexismo era ainda pungente.
Pra resumir, a coisa deu certo, claro que não como os filmes explícitos, mas um novo gênero cinematográfico foi criado.
Corta para 2021.
A Marvel, agora sob o guarda chuva empresarial da Disney, finalmente lança o tão esperado filme solo de uma Vingadora, a Viúva Negra.
Finalmente porque o filme tinha sido prometido para 2020.
Bom, o que mais a própria Natasha Viúva Negra, Scarlett Johansson, tem dito é que o filme demorou tanto para ser feito porque o roteiro sempre era escrito por homens e a produção só saiu depois que a diretora Cate Shortland tomou as rédeas e tudo mudou.
Na minha humilde opinião, Viúva Negra é um monte de coisas, menos um filme de super heroína.
Pra mim criaram uma nova modalidade e este filme, com um dos elencos mais legais do ano, parece mais uma quase comédia estilo 007 do que qualquer outra coisa.
Não que isso seja ruim, mas também não é bom.
E o pior, ou melhor, é que quem salva o filme é Yelena, a suposta irmã de quem Natasha se separou ainda criança, vivida pela minha preferida da vida Florence Pugh (de Midsommar).
A cereja no bolo do elenco ainda é a mãe das meninas ser vivida por outra preferida, Rachel Weisz, o pai pelo ursão David Harbour e o vilão é ninguém mais ninguém menos que o grande Ray Winstone.
A história é tão besta, cheia de metáforas óbvias e tem uma das piores explicações de um vilão da história do cinema: o cara consegue controlar as mentes de TODAS as mulheres pela feromônio que ele lança naturalmente, porque o macho é foda e pra mulher se livrar disso ela precisa de fazer um treco tão radical que não dá pra entender.
Ju. Ro.
Eles até tentam colocar umas lutas épicas com uns robôs/monstros no filme mas que não convencem muito o fã de super herói não.
Eles deveriam ter assumido o lado engraçado da irmã da super heroína que o filme seria um sucesso estrondoso.
E de novo, o filme não é ruim, é corrido, a milhão.
A primeira respirada que eu dei, achando que tinha passado uns 15 minutos no máximo, já estava a 50 minutos de filme.
Resumo da ópera: Viúva Negra é o soft core dos filmes de super heróis, aquele tipo de filme que te provoca, te atiça mas tem uma entrega quase pudica, apesar dos sussurros e das gemidas todas.
NOTA: 1/2
Resenha em 30 segundos ou menos:
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