Ah que filme legal. Ah que filme triste.
Holler é um belo de um indie americano, muito bem feito com muito pouco dinheiro.
Holler é um grito entalado na garganta de Ruth, uma garota muito mais inteligente do que as possibilidades de vida que ela tem.
Sua mãe é uma junkie, presa na delegacia para passar por uma limpeza, ao invés de ir para a penitenciária (vivida pela sempre ótima Pamela Adlon).
Ruth mora com seu irmão, que torce muito para que ela vá para a faculdade e saia desse mundo desgraçado que eles vivem.
O problema é o dinheiro para pagar as inscrições e mensalidades. Ruth sabe que seus trabalhinhos de babá, de catadora de latinha e de escrever trabalhos para outros alunos não vão ser o suficiente.
Para isso ela e seu irmão começam a trabalhar em um ferro velho e Ruth entra em um mundo mais perigoso e estranho do que ela imaginava.
Os problemas na vida de Ruth só aumentam à medida que ela e seu irmão tentam resolvê-los.
Nada parece funcionar, mas a garota não desiste.
Eu diria que Holler é um filhote estético de Nomadland, feito com pouco dinheiro, com câmera na mão, com pouca luz, criando muita intimidade com as personagens do filme, o que dá uma outra dimensão à história contada.
A inglesa Jessica Barden (Hanna) que faz Ruth se entrega tanto ao papel que tenho certeza que a personagem deve tanto à atriz quanto ao roteiro e à direção.
Toda a inteligência e noção de realidade de Ruth são o segredo do sucesso de Holler, aquela surpresinha que o roteiro vai nos jogando na cara o tempo todo para que não nos esqueçamos onde nos enfiamos assistindo esse dramão.
Muito bem feito.
NOTA:
Resenha em 30 segundos ou menos:
Trailer: