Consegui.
Atingi o fundo do poço com um filme.
Ou melhor, a Netflix atingiu o fundo podre do poço vazio e com chorume com um filme.
Perfeição Insondável, o filme mais visto na Netflix na última semana, é um dos piores espécimens da história da sétima arte.
Hitchcock, os irmãos Lumière, até o toscão do Fassbinder estão se revirando em seus túmulos desde que esse absurdo foi concebido.
Agora lançado então, os restos mortais da memória cinematográfica mundial implodiram.
Juro pra vocês que eu não esperava que o filme fosse tão ruim assim, mas é patético.
A primeira dica que eu totalmente relevei foi a de que a atriz principal dessa pérola de cocô é a tadinha da Mena Suvari.
Triste fim, depois do fim que já tinha sido.
Ela faz a mãe de uma adolescente que, olha só, tem cara de mais velha que ela.
Só aí já deveria ter parado o filme, nos primeiros 5 minutos, mas insisti.
Elas vão passar uns dias na casa de campo e lá encontram um bonitão, mas bonitão mesmo, namorado da mãe e com quem vai casar, mesmo que a filha nunca tenha ouvido falar em namoro ou em qualquer coisa a respeito.
Ele é mais novo que a mulher e ainda ela mente a idade, tem 42 e diz ter 35, o que é totalmente aceitável.
Mas se eu fosse ele duvidaria da idade da filha de 16 anos que parece ter uns 35, nos ângulos e com a luz certa.
Bom, o cara se chama, olha só que bandeira, John Smith, o nome mais falso e mais truqueiro de todos, o genérico João da Silva deles, nome de serial killer.
E John Smith é um biólogo, está na casa de campo estudando a vida do lago da propriedade, onde ele encontra sua paixão: lampréias, os parasitas mais nojentos que existem.
Entendeu tudo?
Mulher solteira mais velha, bonitão mais novo, parasitas, metáfora ridícula e óbvio, filme porcaria com roteiro preguiçoso.
Isso seria interessante se Perfeição Insondável fosse um horror. Mesmo que trash, gore, tosco, bizarro.
Mas o diretor mira no horror e dá uma guinada para a direita ridícula e faz um soft porn de quinta, nível sexy time de país de terceiro mundo querendo parecer erotismo francês chic da década de 1970.
Não.
Dá.
Toda a bizarrice do final do filme não justifica todo o resto do que assistimos para chegar lá.
E juro que só cheguei lá porque sou cabeça dura e queria ter certeza que teria uma reviravolta estúpida de roteiro.
Já disse que é o pior filme do ano?
Fuja, corra, como bolsominions correm de livros de história e da vacina.
NOTA: ZERO
Resenha em 30 segundos ou menos:
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