Passageiro Acidental, a nova ficção científica de suspense da Netflix, é dirigida pelo brasileiro Joe Penna, o Mystery Guitar Man, um dos primeiros youtubers quando a internet ainda nem era asfaltada, a ficar milionário com seus vídeos.
Desde então esse já é o segundo longa que ele dirige em Hollywood.
E pelo tamanho do lançamento da Netflix, não será o último.
Passageiro Acidental é bonitão, bem filmado demais, cheio de dinheiro, mostrando tecnologia na frente e por trás das câmeras, como uma boa ficção científica deve ser, para contar a história de um vôo de 2 anos para Marte na nave espacial mais avançada que o ser humano já criou.
A nave tem uma capitã, (Toni Collette, com seu sotaque natal horroroso que a gente não ouvia desde, sei lá, O Casamento de Muriel) chefe de uma astronauta médica engraçadinha e fodona (Anna Kendrick) e de um astronauta que enjoa e vive de cara emburrada (Daniel Dae Kim, de Lost, na escolha mais bizarra do filme).
A tripulação pequena tem uma razão: todo peso da nave é para que eles cheguem a Marte para iniciar a colonização do planeta, então tudo lá dentro está milimetricamente contado.
Até que um absurdo acontece: ao checar um painel com defeito, a capitã encontra uma pessoa ferida e desmaiada dentro.
Um quarto passageiro (Shamier Anderson, quem?), um engenheiro que estava reparando a nave antes da partida, sofreu um acidente e desmaiou.
Antes de continuar, vou falar de uns probleminhas do filme.
Do fim: como que na Nasa ninguém percebe que um engenheiro que entrou na nave pra arrumar o que quer que fosse, não saiu de lá de dentro. E isso não é uma pergunta, é uma constatação.
Passageiro Acidental tem aquele tipo de roteiro que me irrita muito onde todos conversam se explicando, ou explicando o que está acontecendo ao redor e pior, um personagem complementa a explicação do outro.
Por exemplo, a capitã diz “essa nave carrega exatamente o necessário de peso para que nossa viagem tenha sucesso, nem um grama a mais”, ao que a médica responde “mas eu trouxe a minha caneca de Yale só para encher o saco do biólogo”, ao que ele responde “você deixou de trazer 800 gramas de alguma coisa essencial para sua sobrevivência por causa de uma caneca?”. E assim eles vão explicando tudo o que existe e como funciona na nave.
Voltando ao passageiro acidental e ao acidente que ele acarreta.
Depois dele ter seus ferimentos tratados pela médica, a capitã tem seu braço também tratado, que quebrou quando ele caiu em cima dela desmaiado ainda, a própria descobre que ele quebrou a máquina que recicla o oxigênio do interior da nave e agora eles não tem mais ar para um quarto passageiro.
Como resolver?
O que fazer?
Será que eles não podem voltar a nave para a Terra, já que só faz 12 horas que eles estão no espaço?
Como eles vão viajar por 2 anos para Marte?
O que a Toni Collette vai ter que fazer com um roteiro ruim para todo mundo dizer que ela merecia ser indicada ao Oscar?
Será que a Anna Kendrick vai cantar?
Será que alguém se lembra do Daniel Dae Kim?
E de Lost?
Cadê o Alien nessas horas?
Perdido foi meu tempo, e não foi acidental, ao final do filme mais sem graça do ano até agora.
NOTA: 1/2