Honeydew tinha tudo pra ser um dos grandes filmes de 2021.
E olha que nem falei um dos grande filmes de horror de 2021.
Mas Honeydew parece aquelas bandas de “math rock” ou sei lá como se chamam hoje em dia, aquele povo que faz um som que parece que não desenvolve, que parece só um teaser da música.
Honeydew é um filme que demora muito, mas muito mesmo pra que a história não se desenvolva.
Já falei que demora muito?
Muito.
E quando veio o ápice, eu já estava tão de saco cheio que nem consegui curtir tanto.
No filme, um casal vai acampar em um final de semana e é expulso pelo dono do terreno no meio da noite e consegue refúgio na casa de uma velhinha bem torta, com um filho muito zuado, enquanto aguardam o guincho para seu carro que obviamente não funcionou.
Enquanto esperam, o diretor Devereux Milburn monta um clima tão desgraçado de tensão aliado a um fiapo de humor muito bizarro que vai se perdendo à medida que o filme fica por horas no anti climax, no teaser, na espera e ao invés de entregar a quem assiste Honeydew pelo menos um pouco do que esperamos, nada.
Para nossa sorte, tudo no filme é primoroso, e por isso repito que Honeydew tinha tudo pra ser um arraso: fotografia perfeita, trilha e edição de som como vemos pouco em filmes de horror, direção de arte primorosa e o melhor de tudo, um elenco que funciona muito bem.
Elenco esse capitaneado pela maravilhosa Barbara Kingsley que faz a velha doida torta quase psicodélica que só não é um monstro de filme trash por pouco.
O que me deu mais raiva ainda é que o final do filme tem as melhores e mais estúpidas e bizarras ideias de todas.
Mas as decisões tolas e pretensiosas do diretor são um balde de água fria em tudo o que planejou de lindo para o filme e acabando com a nossa paciência.
O melado do título não poderia ser mais amargo.
NOTA: 1/2