Os Anos Amargos é um filme importante, sobre a vida de Mario Mieli, uma bicha babadérrima, um dos maiores nomes do Movimento Gay italiano na década de 1970.
Mieli vinha de uma família burguesa e sempre foi obviamente o estranho, a bicha que ninguém queria que saísse do armário mas Mario nunca esteve no armário.
Na universidade ele vai se envolvendo com os artistas, os movimentos de esquerda, tendo aulas com professores que abrem os olhos da moçada e aos poucos usa o seu “lugar de fala” aliado ao seu poder de pessoa abastada para lutar.
E apanhar e brigar e gritar, até perder a voz.
Mario Mieli é daqueles caras importantíssimos em qualquer movimento de luta minoritária que nos dias de hoje acaba sendo só mais uma fotografia na parede sem necessariamente ter a importância necessária para as novas gerações que se acham empodeiradas o suficiente para relegarem um passado de sofrimentos e de novo, de luta.
Os Anos Amargos foram os anos do desbunde, a década de 1970 doidona, cheia de cocaína e de loucurinha e de amor livre mas sempre sob o estalar do chicote da repressão setentista.
Lá na Itália, no Brasil ou em qualquer lugar do mundo.
O filme é forte, é tão amargo quanto seu muso inspirador e é necessário.
NOTA: 1/2