Lá vem a Shruder, que a gente tanto admira, tentar hypar mais um filme pretensioso canadense na maior cara de pau, porque o que tem tido de filme canadense pretensioso ultimamente não tá no gibi, como diria meu pai.
Violação é um filme “rape-revenge”, o maldito sub-gênero do horror de “estupro-vingança”, que vem tanto sido sub-utilizado ultimamente.
Em Violência, o gênero é uma desculpa para a pretensão artística na estreia do casal de diretores Madeleine Sims-Fewer e Dusty Mancinelli.
Eles devem ter pensado assim: vamos fazer um horror bem violento e gráfico mas vamos jogar na cara de todo mundo que a gente gosta do Tarkovsky.
Então vamos fazer um filme que uma mulher é estuprada pelo marido da melhor amiga e resolve matar o cara com requintes de crueldade e com uma ideias bem doidas de como sumir com o corpo depois.
O que é bacana demais.
Mas no meio disso, pra não ser mais um filme trash, vamos fazer um monte de close de água, de plantas, de plantas em águas, de águas em plantas.
Ah, e não esqueçamos de fazer uma metáfora bem na cara, com uma cena de uma loba com cara de raivosa enterrando sua presa, um coelho, tentando escondê-lo.
Mas calma, apesar disso tudo, vamos usar uma atriz que é a cara da Patti Smith e vamos escrever um roteiro bem óbvio, sem surpresa nenhuma, aliás, com a única surpresa de ser pretensiosamente chato.
Pronto, o povo da Shruder vai amar, a gente vai “ressignificar” o horror, elevá-lo a outro nível, o do cinema filosófico do Tarkov…
NOTA: