Pelé, como todo ídolo, é um bosta.
Infelizmente perante todo gênio, a gente sempre fica curioso pra saber mais do cara que jogava futebol como ninguém, ou escrevia música como ninguém, ou atuava como ninguém, ou pintava como ninguém.
E quanto mais a gente procura, mais a gente acha.
Eu leio biografias dos meus ídolos e sempre acabo me decepcionando, não tem jeito.
Com o Pelé foi diferente.
Nós que já temos uma certa idade presenciamos essas decepções praticamente ao vivo na longeva carreira do maior atleta de todos os tempos, como a gente o considera por aqui.
Resolvi assistir mais esse documentário sobre o Pelé para o meu pai não assistir sozinho, senão ele não chegaria ao final.
Meu pai é daqueles fanáticos por futebol, viciado mesmo, que sabe a escalação do time do Palmeiras de 1958 que ganhou o brasileirão, que sabe a escalação do time do Santos sem o Pelé em um jogo tal porque ele tava machucado
É o tipo de cara que queria que eu me chamasse Tovar, nome de um jogador da seleção da União Soviética que ele adorava (para minha sorte, minha mãe colocou um Fabiano antes e Tovar virou meio nome do meio).
Nem pro meu pai esse documentário do Pelé da Netflix funcionou muito.
Ele adorou, como eu, ver os contemporâneos do jogador falando sempre bem dele, de como era gênio, de como enxergava o que ninguém mais enxergava e de como ele fisicamente não tinha pra ninguém.
Isso realmente é emocionante.
Mas o resto do filme só arranha uma superfície óbvia, não se aprofunda e aí que reside a decepção.
Pelé poderia ser o filme das revelações, das justificativas, das explicações do próprio e mais uma vez, baixaram a cabeça pro nome em detrimento de um documentário que poderia ser uma mini série produzida por algum programa de esportes de um canal de televisão aberta.
NOTA: