Está na Netflix o filme austríaco candidato a uma vaga para disputar o Oscar de filme internacional em 2021.
E o filme é bom. Um drama bem instigante sobre um casal que tenta ter filhos e não consegue.
Alice e Niklas estão perto dos seus 40 anos de idade, construindo uma casa nova mas o que queriam era ter filhos para aproveitarem essa fase boa que estão passando.
Mas a última tentativa de inseminação, assim como todas as anteriores, falhou e por um conselho médico, eles tiram umas férias.
Para esfriarem a cabeça da tensão recente, vão passar uns dias na costa italiana achando que um pouco de sol na praia eles vão conseguir colocar a vida em marcha mais lenta, vão conseguir resolver os problemas da reforma e não pensar em mais nada.
O problema é que outro casal também austríaco, mas barulhento com 2 filhos bem peculiares, aluga a casa ao lado da deles e as férias não saem como o esperado.
Alice começa ver a filha pequena efusiva dos vizinhos aos poucos invadir sua privacidade e por mais que a austríaca seja fria e reservada, a menina aos poucos vai quebrando esse gelo.
Já Niklas se aproxima um pouco do vizinho, um homem falastrão e metido a engraçado, o típico tio do pavê que quer fazer amizade com o casal sem filhos e moderno da cidade, mas quem atiça a curiosidade é a vizinha que toma sol com o peito de fora, fazendo com que Alice tenha mais motivos para acreditar que alguma coisa esteja bem errada em seu casamento.
Quando a Vida Acontece mostra o quanto pequenos detalhes viram turbulências quase impossíveis em quem nnao está bem consigo mesmo ou no caso, em um casal fragilizado.
A direção de Ulrike Kofler é contida, precisa e cirúrgica sem rodeios, sem metáforas, tudo na nossa cara.
Um pseudo filme de férias acaba se mostrando um drama profundo conduzido por um par de atores muito competentes para os papéis com esse apelo.
NOTA: