The Bee Gees – How Can You Mend A Broken Heart é o documentário da HBO sobre, claro, os Bee Gees, o trio de irmãos ingleses que foram grandes como os Beatles (segundo alguns), caíram feio por se aventurarem na discoteca.
Pra “piorar”, o filmão é dirigido pelo Frank Marshall, um dos caras mais importantes do cinema americano, produtor de tudo do Spielberg, diretor eventual de uns pops ótimos como Aracnofobia e se o cara, na minha opinião, foi atrás dessa biografia, não tinha como dar errado.
Pra mim, véio que sou, os Bee Gees era uma banda de 3 irmãos, Barry, o mais velho, e Maurice e Robb, o mais novo, que surgiu com a trilha de Embalos de Sábado a Noite, com aquelas músicas cantadas em falsete que contaram a história do Tony Manero, vivido com maestria pelo John Travolta, que hoje em dia seria fácil um cara qualquer em busca de seus 15 minutos de fama e que viraria famoso no tik tok ou no instagram. Mas nos anos 1970, o cara ficou famoso dançando nas discotecas.
Discoteca essa que por um lado catapultou para o mega estrelato a banda dos 3 irmãos que imitavam os Beatles e que já era bem respeitada. Mas sem o falsete de Barry.
Quando eles foram chamados para fazer a trilha do filme, eles estavam na França gravando um próximo álbum, aos moldes de Elton John, e deram uma guinada de 180 graus, ajudando a disco music a sair do gueto gay americano e explodir.
O que ninguém esperava.
Mas os 3 irmãos, que como Barry diz no filme, aos 21 anos tinham cada um pelo menos 3 Rolls Royce, depois do filme se perderam em dinheiro absolutamente, ao ponto de no início dos anos 1980 eles não saberem nem o que tinha acontecido com esses carros, por exemplo.
A história dos Bee Gees é um pouco daquele clássico do super astro da música que sai do nada, demora pra se encontrar, começa a imitar alguém, explode, fica milionário e logo depois cai no ostracismo por ou não conseguir se reinventar ou não atender a expectativa do público acostumado com o “de sempre”.
Os Bee Gees, além disso tudo, tinham o detalhe de serem irmãos, de terem ainda um quarto irmão canto, Andy Gibb que morreu aos 30 anos de problemas no coração pelo hábito nefasto de cheirar mais cocaínas do que de se alimentar.
Irmão, pra quem não tem, é ótimo, até que você briga por balela.
Imagina seu irmão brigar com você por, sei lá, créditos de uma música que não escreveu, ou por você ter um iate e ele não.
Os Bee Gees foram e voltaram e foram e voltaram de novo e a partir de um momento descobriram que eles podiam ganhar muito dinheiro escrevendo músicas para outros artistas, a partir de um pedido de Barbra Streisand.
Barry, o único sobrevivente da família, conta a história em filmagens recentes, além do diretor usar todo tipo de imagens de arquivo possíveis e disponíveis para nos mostrar a grandiosidade que foi (e ainda é) a carreira da banda.
Nunca fui super fã dos Bee Gees, apesar de adorar várias músicas deles, inclusive algumas que eu nem sabia que eram deles, dessas gravadas por outros artistas.
Falando neles, o documentário tem declaração ótimas de alguns caras do rock como Noel Gallagher e outros que cantam no falsete como o Chris Martin (que diz se identificar com a história de ser um rocker famoso e de repente virar odiado pelo grande público), Justin Timberlake e Nick Jonas (que também fala de como é viver cercado de irmãos o tempo todo).
NOTA: 1/2