Essa semana eu estava conversando com minha filha sobre como nos dias de hoje as pessoas encontram gurus e curas milagrosas e sabedorias milenares tiradas não sabemos de onde e entregam suas vidas a esses “truques” como se não houvesse amanhã.
Claro que falávamos que principalmente a “playboyzada” usa esses subterfúgios miraculosos para se desculparem ou se justificarem de toda podridão atrelada ao muito dinheiro que possuem e o quanto isso custa vidas e sanidade física e mental de quem os faz ricos e poderosos.
Never Gonna Snow Again é um ótimo filme doidão, quase surrealista, que a Polônia indicou para competir no Oscar Internacional desse ano (sim, esse é o novo nome do Oscar para filme de língua não inglesa).
O filme conta a história de Zenia (o ucraniano Alec Utgoff, de Stranger Things, muito bom no papel), um imigrante ucraniano, massagista, que se torna praticamente um “guru” de várias famílias de um condomínio de altíssimo padrão.
Ele começou em uma casa, que indicou seu trabalho para o vizinho e assim sucessivamente.
O filme mostra o quanto Zenia trabalha, como ele trabalha, como ele é competente no que faz e o quanto sua massagem faz bem para as pessoas.
O que acontece é que aos poucos essas pessoas vão pirando com a hora que passam sendo massageadas e encontram pelo em ovo. Ou melhor, criam verdades que não necessariamente existem, achando que Zenia é um tipo de curandeiro.
Isso a partir de um momento que Zenia oferece fazer um tipo de reike nas pessoas, onde ele diz que a imposição de suas mãos vai ajudar com os problemas que alguém já tem.
O que não sabemos é se Zenia tem mesmo o poder ou se ele se aproveita também de seus clientes.
Outro ponto importante do filme é como essas pessoas ricas enxergam Zenia, o cara que fugiu de um país pobre, não tão educado ou aculturado como a elite polonesa e o quanto eles são condescendentes com esse cara que, no mínimo, está salvando a saúde desse povo.
Never Gonna Snow Again é dirigido por Malgorzata Szumowska e Michal Englert, que lançaram ano passado a bomba O Segundo Cordeiro e eu fiquei impressionado da mudança e do crescimento dos diretores de um filme para o outro.
A estranheza desse filme polonês pode não levá-lo a ser indicado ao Oscar, ele é muito sutil para Hollywood, apesar de ser muito na cara também, mas com certeza é um filmão a ser descoberto.
NOTA: