Faltam só 5 dias pra acabar o mundo, quer dizer, o ano e eu não poderia deixar de escrever sobre um filme exatamente sobre o fim do mundo. Ou quase.
Antes de mais nada preciso lembrar a todo mundo que George Clooney, produtor, diretor e astro dessa ficção científica milionária da Netflix, já teve seus dias de arruinar outra ficção científica grande: a refilmagem do clássico russo Solaris.
Por isso e pelo cacoete dele de dar um caidinha de cabeça sempre que fala, eu não consigo engolir esse milionário de Hollywood.
Ao filme.
O Céu da Meia-noite é basicamente um episódio de meia hora de algum seriado de ficção científica do canal quase trash Sci-Fi. Só que na forma de um filme de exatas 2 horas que custou milhões e milhões de dólares e tem o roteiro mais sem graça do ano.
Apesar disso tenho que dar a cara a tapa que o filme tem uma ou duas sequências muito boas, onde se vê o dinheiro gasto e o quanto o filme poderia ter sido melhor.
Coincidentemente, sequências que se fossem tiradas do filme, seriam um alívio para quem assiste já que não influenciam em nada na história do cientista que resolve ficar na Terra enquanto toda a população está embarcando em naves espaciais para viver em outro planeta às vésperas do apocalipse climático criado e tão esperado por essas mesmas pessoas que lá fogem.
Ele fica em uma estação no polo norte sozinho, tentando monitorar e ajudar como pode com informações sobre a Terra e sobre as naves que estão em viagem, até que aparece uma menina e ele se desespera porque não saberia cuidar dela porque além de tudo faz dialise e se alimenta mais de remédios que de “ração” com leite.
Fora que o mundo vai acabar e ele também se solidariza com a fofa, claro.
Em flashbacks (ih, lá vem) começamos acompanhar a história de um cientista bonitão que se apaixona e é largado logo em seguida por uma mulher que descobre que ele, apesar de apaixonado, ama mais seu trabalho e suas pesquisas.
Em uma dessas voltas descobrimos que ele teve uma filha e que na oportunidade de conhecê-la, declina e vai embora.
Um canalha, basicamente.
Bom, voltando ao personagem do Clooney, aparece o grande problema do filme: logo a gente “percebe” um motivo pelo qual seria plausível ele ter ficado na Terra, mas esse motivo acaba sendo um acaso e não um propósito.
E nesse momento, todo o mistério do filme se soluciona na nossa frente e estamos ainda quase na metade dessa bomba.
Resumindo tudo: assista O Céu da Meia-noite por sua conta e risco.
O filme não vale as 2 horas enroladas do Clooney com as sobrancelhas mais longas da história quebrando o pescoço com cara de bêbado sem ter bebido em um filme que a gente enxerga o dinheiro sendo gasto aos borbotões na história mais besta e óbvia do ano dirigida com mão pesada e um elenco perfeito para aquele episódio, que falei no início, para uma série trash de ficção científica.
NOTA: