Como eu falei muito bem da Paula Beer ontem como Undine, lembrei de outro filme com ela que assisti esse ano.
Nunca Deixe de Lembrar é quase um épico.
O filme acompanha por 30 anos a vida de um artista alemão, da 2a Guerra Mundial ao final dos anos 1960, em uma história que parece ter sido baseada na vida de Gehrard Richter.
Uma história de dor, de aprendizado, de tentativas, de frustrações mas com uma certeza, o amor dele por Ellie, uma garota que estuda moda na mesma escola onde ele estuda artes e que usa a desculpa de fazer testes de moldes de roupa para criar praticamente um guarda roupas novo para o estudante pobre e interessante.
Essa Ellie é Paula Beer que, obviamente, rouba o filme.
Filme esse que como eu disse parecer ser um épico e que se o diretor fosse um pouco mais esperto, teria feito uma mini série, onde poderia resolver todos os problemas de Nunca Deixe de Lembrar.
Que são muitos, a começar pela linha do tempo extensa que não se resolve nas mais de 2 horas de filme.
E o pior: por não poder nessa extensão toda resolver a melhor história paralela do filme, a do segredo do pai de Ellie (vivido pelo ótimo Sebastian Koch).
Não que não resolva, mas só essa história daria um filme por si só, o que eu achei que seria a grande reviravolta do roteiro deste filme. Mas não foi dessa vez.
Nunca Deixe de Lembrar é o tipo de filme feito para arrebatar premiações gringas, tipo Globo de Ouro, que gosta de historinhas que tocam o coração. Mas que também sejam bem feitas, claro, como o brasileiro A Vida Invisível.
Mas fica longe de premiações mais importantes e relevantes como o Oscar ou os Festivais de Cannes e Berlim, que são sempre os alvos dessas peças.
Se você gosta de uma história de amor e de força de vontade que atravessa décadas e que de uma forma ou de outra são estragadas pela megalomanina de seus diretores, Nunca Deixe de Lembrar é o filme para você.
Bem feito, todo certinho, com um elenco acima da média para personagens que não se sobressaem pela falta de tempo e também de habilidade de ego, vamos assim chamar, o que no caso é um absurdo por se tratar do ótimo Florian Henckel von Donnersmarck de As Vidas dos Outros.
NOTA: