Documentário dos mais legais que vi ultimamente, Funke prova a teoria que por mais tosca que seja uma pessoa, se sua história for interessante pode gerar um filme bacana.
O Funke do título é o chef americano Evan Funke, um prodígio surgido nos anos 2000 conhecido como o maior conhecedor de massas naquele país.
No auge de sua carreira ele abriu um restaurante que explodiu imediatamente, gerando um buzz incrível e junto, milhões de dólares.
Só que de uma hora pra outra, com a velocidade que surgiu, o restaurante fechou com milhões de dólares em dívidas na primeira história mal explicada do documentário.
Só que esse é só o início do filme e Funke, com toda a sua empáfia e rei na barriga, resolve que para se reinventar, tem que voltar a suas origens.
É aí que o filme dá uma perdidinha de leve.
Claro que como todo bom documentário chapa branca, Funke tenta mostrar o quando o chef Evan Funke vem de uma família bacana e interessante (seu pai já venceu 2 Oscars), de como ele aprendeu a cozinhar com sua mãe e de como ele descobriu seu amor pela massa, pela pasta, na Itália, a pasta feita a mão, coisa que não existe mais nos EUA.
De repente Funke é abordado por umas restauranteurs canadenses que resolvem abrir um restaurante com ele em Los Angeles e lá se vai Funke de volta à Itália para se “reencontrar”, na parte mais bacana do filme, onde vemos o chef de olhos brilhantes, vendo como as mulheres fazem a melhor massa do mundo sentada na calçada de casa com a maior facilidade e rapidez do universo.
Com esse sangue renovado, ele volta a L.A. para a abertura do seu novo empreendimento e aí, na terceira parte do filme, vemos de uma vez por todos o idiota que o chef é.
Não tem jeito, todo mundo que é considerado gênio, referência, é uma pessoa péssima, que trata mal seus subordinados, não tem dó nem piedade com o discurso escroto de que só sofrendo que se cresce.
O que era pra ser um documentário sobre um gênio acaba virando um documentário sobre um grande chef que é um escroto.
Funke é um filme que começa fofo, vai para uma fase estranha, passa pela Itália lindamente e termina mostrando a que veio e que não era, tenho certeza, o que o próprio Funke esperava. E isso acaba sendo a graça toda do filme.
NOTA: 1/2