Ah que filme lindo e fofo e delicioso.
Mesmo que não fosse isso tudo, a Rosa do título é vivida pela Sophia Loren, a Deusa e Diva com D maiúsculo.
Do alto dos seus 86 anos, dirigida por seu filho Edoardo Conti, Sophia é uma sobrevivente dos campos de concentração que no ocaso de sua vida, cuida dos filhos das prostitutas vizinhas para conseguir um dinheirinho para sobreviver, principalmente de sua vizinha a trans Lola (Abril Zamora).
Numa dessas ela conhece Momo (o incrível Ibrahima Gueye), um moleque de seus 11, 12 anos de idade, órfão, criado pelo médio de Madame Rosa que lhe oferece um dinheiro para que ele seja mais um a viver em sua casa.
O detalhe é que isso acontece depois que Momo surrupia Madame Rosa e é pego com a boca na butija.
Rosa e Momo é daqueles filmes que a gente tá cansado de ver, sobre 2 pessoas que não poderiam ser mais diferentes uma da outra, que não se bicam, que não se suportam logo de cara e que acabam juntas por uma força maior.
Obviamente que Rosa e Momo se completam sem que saibam.
Aos poucos eles vão percebendo que o que existe entre os 2, que esse encontro não foi por acaso.
O filme não é nenhum absurdo cinematográfico, não tem nenhum arroubo de genialidade nem no roteiro e nem na direção, apesar de serem muito competentes.
A grade coisa de Rosa e Momo, obviamente, é Sophia Loren.
Ela dá show e vive a judia sobrevivente com uma entrega mais que necessária e totalmente despida de todo tipo de vaidade, necessárias para que Rosa ganhe vida e nos mostre como essa mulher vive ou melhor, como ela sobrevive aos terrores e pesadelos de sua vida, ajudando crianças e suas mães.
Rosa e Momo são com certeza uma das melhores duplas de 2020 que apesar de parecerem ser 2 polos da mesma história, a velha judia sobrevivente do nazismo e o órfão senagalês tirado da rua, são mais parecidos do que eles e nós mesmos poderíamos imaginar.
Pra fechar com chave de ouro, Elza Soares está na trilha desse filme lindo, super good vibes mas com aqueles chorinhos esporádicos, quase obrigatórios nos dias de hoje.
Num ano de Marcelia Cartaxo quebrando tudo, nada melhor que ver Sophia de volta aos filmes.
NOTA: