Poucos filmes me deixam mais animados do que o indie pequeno e baratinho com uma ideia ótima.
Tipo o brasileiro Valentina.
Tipo o americano Meu Coração Só Irá Bater Se Você Pedir.
Tente responder essa pergunta: o que você faria se o seu irmão mais novo sofresse de uma “enfermidade” que fizesse com que ele precisasse “se alimentar” de sangue?
Dwight e Jessie fazem o que podem e principalmente o que não podem para que Thomas consiga sobreviver mais um dia. Depois outro.
Meu Coração é um horror indie, mais indie que horror.
Até que de repente a gente se assusta com o gore e a violência do filme.
Todo feito em locações escolhidas a dedo, principalmente a casa da família que mais parece totalmente desenhada e produzida em estúdio, Meu Coração, para nossa sorte, não se aproveita da direção de arte nem da fotografia afiadíssima.
O roteirista Jonathan Cuartas se mostra um diretor de mão cheia, principalmente com seu trio de atores principais, os 3 irmãos que lidam como podem com o probleminha da fome de sangue do mais novo.
A cereja do bolo é que Dwight, o irmão mais indie, mais emotivo mas também o mais pau pra toda obra, é vivido por um dos moleques que mais me impressionou anos atrás em um filme que eu amo e que, olhe só, cresceu, tá barbudo mas tem aquele olhar melancólico ainda que nos conquistou em Quase Famosos.
Sim, tô falando de Patrick Fugit, o mini jornalista que se apaixona pela groupie mais fof(d)a do cinema, Penny Lane.
E Fugit também atua aqui como produtor, o que mostra o comprometimento dele com o projeto.
Pra terminar, uma das ótimas qualidades do filme é a falta de humor na história, que poderia ter descambado para uma bobagem sem tamanho mas graças a esse roteiro muito bem escrito e às escolhas de Cuartas, fez com que Meu Coração seja uma das boas surpresas (literalmente) de 2020.
Pra assistir o filme na Mostra de SP, só clicar aqui.
NOTA: 1/2
(infelizmente o filme ainda não tem trailer)