Os 7 de Chicago é claramente um filme mirando o Oscar de melhor ator e melhor ator coadjuvante.
A Netflix gastou um bom dinheiro com o filme escrito e dirigido pelo queridinho americano Aaron Sorkin, o roteirista consagrado de West Wing, Questão de Honra e oscarizado com A Rede Social.
Não dá pra falar nada memo do cara como roteirista, mesmo que não se goste tanto dos filmes, Sorkin criou cenas que já entraram pra história de Hollywood como a explosão de nervos de Jack Nicholson no julgamento de Questão de Honra.
O problema é quando Sorkin dirige filmes.
Começou em 2017 com A Grande Jogada (ou como eu chamei, a grande roubada) e agora com esse filme gigante de um dos julgamentos mais icônicos americanos, dos 7 acusados por um monte de coisas quando em 1968 estavam pregando a paz no auge da guerra do Vietnã.
Eu tenho problemas com filmes sobre política dos Estados Unidos, acho tudo bem chato, uma dicotomia racista branca que me irrita profundamente e esse filme não é diferente.
O roteiro é bom, mas bem esquemático, que mais parece ter sido escrito numa planilha de excel ao invés do bom e lindo Final Draft.
A história dos protestos é contada em flashbacks que acontecem durante o julgamento, explicando o que aconteceu sempre sob o ponto de vista dos acusadores, já que os acusados mal são ouvidos ou quando são, não são levados em consideração.
O filme claramente sofre com a falta de conhecimento técnico cinematográfico de Sorkin, o que deve ter custado alguns milhões de dólares a mais do que previstos em um orçamento normal de um filme desses.
Isso fica claro o tempo todo pela falta de criatividade de como a história é contada, culpa de um diretor muito pouco inspirado.
Ou pior, de um diretor que não deveria ser.
Os 7 de Chicago é o filme que prova que o ego, especialmente em Hollywood, é um dos grandes problemas da humanidade nos dias de hoje.
Se Sorkin fosse bem resolvido e humilde (no melhor dos sentidos) suficiente, o filme teria sido dirigido por um, sei lá, Ron Howard, um diretor bem competente do esquema de estúdios e teríamos um filme lindo.
Mas de lindo, só o elenco deste filme.
Todo mundo vai falar do Sacha Baron Cohen, do Eddie Redmayne (que me surpreendeu fazendo papel de homão, até assustei), do sempre bom Joseph Gordon-Levitt e do grande nome da vez Yahya Abdul-Mateen II de Watchmen.
Mas pra mim quem rouba o filme é meu preferido Jeremy Strong, o Kendall Roy de Succession, irreconhecível aqui e o melhor, indo de 0 a 100 em um piscar de olhos, mostrando que ele é O grande ator desses próximos anos a ficarmos de olho.
Aprecie com moderação.
NOTA: 1/2