Que filme bom esse O Diabo de Cada Dia.
E que história desgraçada a desse filme.
Eu ia como sempre contar tentar explicar o filme contando um pouco da história, sem spoilers, obviamente, mas faça como eu e veja o filme no máximo assistindo o trailer antes.
O filme tem um pura elenco, provavelmente o melhor elenco jovem possível em Hollywood hoje em dia, com o Homem Aranha Tom Holland no papel principal, com um personagem que costura toda a trama do filme.
Involuntariamente até, já que a trama é muito bem escrita mas não tão bem transcrita, para um roteiro sem inspiração, o calcanhar de Aquiles do filme.
Mesmo assim, a desgraça toda que gira em torno do moleque Arvin é de causar vários suspiros de espanto pelo filme, que tem um título absolutamente perfeito para o que pretende.
Se Arvin conhecesse Sartre ele poderia até adaptá-lo e dizer que o diabo são os outros e no seu caso, os outros são vários, começando com seu pai (Bill Skarsgård), louco de amor pela esposa (Halley Bennett) a ponto de fazer um sacrifício no meio da mata; a prostituta da cidade (Riley Keough, neta do Elvis e minha preferida), louca de amor por seu marido (Jason Clarke) a ponto de fazer o que poderia chamar de sacrifícios de tesão; o xerife da cidade (Sebastian Stan) que faz tudo para se reeleger, até detonar sua irmã prostituta, sua meia irmã Lenora (Eliza Scanlen) que entrega seu corpo virgem a Deus ou melhor, ao podre do seu “representante”, o novo pastor escroto da cidade (Robert Pattinson) e na melhor ponta do filme, Mia Wasikowska como a mãe de Lenora, que, olha só, é sacrificada (juro!) por um arremedo de religioso muito do desgraçado.
O filme é isso, um moleque perdido, tentando proteger os seus e se proteger em meio ao caos criado pela religião e pelo medo criado pelo câncer religioso, num redemoinho infinito de muito pouca sorte.
NOTA: