Sempre que posso eu falo de um dos meus filmes preferidos de 2020, o indie punk tapa na cara soco no estômago Never Rarely Sometimes Always, aquele da adolescente que viajar pra NY pra fazer um aborto escondida de tudo e de todos.
Unpregnant poderia ser seu exato oposto, com a mesma história da adolescente que precisa atravessar estados americanos para conseguir fazer um aborto sem o consentimento de seus pais, só que numa comédia levezinha.
Ambos os filmes com o mesmo tema, o da gravidez adolescente indesejada e a (quase) possibilidade de um aborto legal e barato me faz pensar que se bobear, o cinema teen americano está caindo numa realidade tardiamente mas mesmo assim melhor que nunca.
Além de um roteiro que parece ser bem simplesinho mas é lindamente escrito, Unpregnant tem uma dupla principal de se tirar o chapéu: Haley Lu Richardson é a garota que vai abortar e (a brasileira de Euphoria) Barbie Ferreira é sua amiga de infância que se mostra a única amiga nessa hora complicada.
O filme trata de família, de pai ausente, daqueles problemas básicos de high school, de namorado mala, de sair do armário, de amor, de amizade e muito sutilmente de empoderamento feminino, sem ser chato, na minha opinião, como se deve.
Unpregnant é um drama, mas também um road movie, um coming of age, uma comédia, tudo muito bem dirigido pela ótima Rachel Lee Goldenberg que com certeza promete muito em seus próximos trabalhos.
NOTA: 1/2