Um dos eventos cinematográficos do ano, Estou Pensando em Acabar com Tudo só prova que seu diretor Charlie Kaufman chegou a um ponto da carreira que ele pode fazer o que ele bem entender.
E nesse caso, um filme só pra ele.
Surrealista, doido, onírico, esquizofrênico, inerte, são adjetivos que cabem muito à história da noite de nevasca que Cindy vai conhecer os pais de seu namorado Jake.
Na minha fase de cursos e estudos de física, garanto a vocês que Estou Pensando em Acabar com Tudo é um filme de realidades quânticas, onde tudo é possível e todas as possibilidades acontecem ao mesmo tempo, é só sabermos enxergá-las e acessá-las.
Agora, Kaufman foi ainda além.
Ele nos entrega 1/3 de filme que vai ficar na história do cinema: o jantar na casa dos pais de Jake é das coisas mais bem escritas, bem filmadas e bem interpretadas das últimas décadas.
O problema é o antes e o depois.
Pra mim, claro.
Apesar dos pesares, umas conclusões.
- Jessie Buckley é a melhor atriz jovem de todos os tempos hoje e que bom que Hollywood não demorou pra descobrir. Já tinha dito isso quando falei dela em As Loucuras de Rose ( e em Judy e em Chernobyl).
- Jesse Plemons é aquele ator que a gente não queria aceitar que é bom demais pra ser verdade. Agora já era.
- Toni Collette é Deus.
- Um dia vão construir uma estátua para David Thewlis em algum lugar muito significativo pro cinema mundial.
- Quando Cindy fala da lei da inércia, a primeira lei de Newton, pra entender facilmente é penar num jogo de Atari, one o personagem principal fica parado no meio da tela e toda a ação passa por ele e se passa a sua volta.
- Toda a conversa sobre Cassavetes, Gena Rowlands e a importância de Uma Mulher Sob Influência com certeza vai fazer Tarantino se giletar por não ter escrito isso em algum filme antes.
A lição final é evite os clichês. Todos eles.
NOTA: