Depois de quase 20 anos, olha o tempo que demorou, a França nos brinda com uma nova Amélie Poulain.
Nesse caso, Lula, a sereia em Paris do título dessa lindeza de filme escrito e dirigido pelo ótimo Mathias Malzieu (de Jack e a Mecânica do Coração).
A sereia Lula é encontrada machucada à beira do Sena por Gaspard em mais uma noite de desilusão, quando voltava para sua casa.
Tudo que ele não esperava era encontrar uma sereia que ele logo leva para o hospital e sem perceber, faz com que um médico já morra porque se apaixona imediatamente por Lula.
Gaspard então a esconde em seu apartamento e tem 48 horas para que seus ferimentos melhorem para que ele possa levá-la de volta ao seu habitat.
E outra, precisa escondê-la direitinho para que ninguém mais morra de amor (literalmente) por seus encantos.
Acontece que Gaspard não é um cara comunzão, tipo o Tom Hanks no filme da outra sereia. Ele é um artista, cantor, performer e herdeiro de um grupo de artistas franceses que se encontram há anos às escondidas no barco de sua família, primeiro capitaneado por sua avó, depois sua mãe e agora por seu pai.
Gaspard e seu pai cuidam direitinho para que essa herança de gerações não se perca e nem se torne pública para que, de novo, não se perca, de outra forma.
Mas Gaspard está em uma fase de completa desilusão em sua vida, com a arte, com a vida e com o amor.
Por isso ele não se apaixona logo de cara porLula e assim consegue se salvar de sua voz.
Aos poucos eles se aproximam e formam o casal mais lindo do ano, com imensas declarações de não-amor, como eles mesmos dizem, para que nenhuma tragédia acontece.
Gaspard transforma seu banheiro em um pequeno santuário para Lula e conta, mesmo sem pedir, com a ajuda de sua vizinha mais que excêntrica vivida pela diva Rossy de Palma.
O universo criado no filme fazem com que essas 48 horas de Lula fora d’água quase atinjam um nível o nível das melhores fantasias francesas para adultos, de Delicatessen a Amélie Poulain.
Uma Sereia Em Paris é daqueles filmes que os de coração peludo vão falar um monte, que é quase infantil, que é muito romântico, que é muito coloridinho e se bobear, vão dizer que é muito cafona.
Eu não discordo de nenhum desses adjetivos mas digo uma coisa: imagina o lado bom deles todos, do cafona romântico fofo e lindo, com uma história de fazer a nossa alma ficar leve por quase 2 horas e o melhor, me fez pensar que de vez em quando o amor chega em doses homeopáticas.
Esses nossos dias de imediatismo absurdo nos fazem esquecer do aprender a respirar fora d’água, do entender as coisas menos óbvias , pelo menos pra mim.
Uma Sereia em Paris é o filme lindo, com os 2 pés na animação e na direção de arte maravilhosas e que por isso mesmo, por seu criador ter esse trabalho nessa área consegue dar sempre uma cara não muito óbvia a uma história que menos bem cuidada e com um pouco menos de paixão, não funcionaria.
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