Agosto termina com uma ótima surpresa fílmica: a edição virtual do #FantasiaFestival, o já clássico festival de cinema de gênero canadense, com foco enorme em horror.
Faz dias que tenho visto as estreias mundiais de um monte de filme bacana por lá e pelos próximos dias aqui, vou falar de vários deles.
Unearth é um horror estranhão que começa como um drama quase político e termina com um gore dos melhores.
No interior americano, 2 famílias fazendeiras vizinhas e falidas recebem propostas de uma empresa de prospecção de gás e a amizade de anos logo vira quase uma guerra quando uma das famílias, bem mais falida que a outra e mais detonada também, resolve fechar um contrato de leasing de suas terras.
E assim começa a perfuração.
O drama dos vizinhos, que só cresce, porque ao mesmo tempo que a outra família que isso é trair sua herança e cultura, além da amizade, da camaradagem, apesar de todos os pesares que vem acontecendo “na encolha”.
Só que o que nenhum membro de nenhuma das famílias esperava é que a perfuração dos possíveis gasodutos traria uma nuvem permanente de poeira, poluição, barulho. Tudo ruim.
Além disso, quando chega o primeiro cheque de pagamento do leasing das terras, o dinheiro é tão pouco que todas as esperanças de uma vida mais decente e da saída do buraco da família vão terra a baixo.
Drama que não acaba. E até aqui eu achava que o filme que eu estava assistindo era um, quando esperava outro.
Briga, disputa, segredos, traições, não foi pra isso que eu vim aqui, meus amigos.
Até que o filme nos mostra que uma das super furadeiras super potentes a procura de óleo encontra alguma coisa bem estranha em seu caminho “furatício” e faz com que esse negócio que parece uma raiz inofensiva encontra o lençol subterrâneo de água que banha as 2 propriedades e a baixaria começa.
A água que é imediatamente contaminada e consumida pelas famílias, faz com que todo mundo passe mal, cuspa sangue. Eles acham que é só alguma comida estragada ou efeito da fumaceira das perfurações, até que o bebê neto do dono da fazenda vendida, recusa a mamadeira feita com a água.
Tarde demais.
Eu tinha achado que o horror de Unearth tinha chegado tarde demais no filme, pra ser sincero. E que o drama todo estava ficando chato demais, apesar de ser uma história bem contadinha.
Mas John C. Lyons e Dorota Swies, diretores do filme, sabiam o que estavam fazendo e o final surpreendente de um horror ecológico, como estão gostando de chamar filmes desse tipo, chega chegando e não dá trégua a partir do momento da primeira cena mais, digamos, radical.
#fantasia2020
NOTA: 1/2