Assistir os filmes da programação do Fantaspoa, um festival de cinema fantástico é quase sempre dar tiro no escuro, assistir umas coisas bem estranhas não tão boas mas também é ter a melhor das surpresas quando se acha um filme como A Viagem Impossível.
O filme eslovaco é uma grande homenagem a Milan R. Štefánik, um herói nacional, um astrônomo que foi uma figura chave na independência da então Tchecoslováquia quando fazia parte do Império Austro-Húngaro, logo depois da Primeira Guerra Mundial (lembra da história do Franz Ferdinand?).
Mas a lindeza do filme está no fato da história ser contada pelo melhor amigo desse herói, Otakar, um cineasta.
E como ele mesmo diz no filme, “sou cineasta, não historiador”, apesar de usar fatos históricos, algumas fotos e vídeos de época, ele recria a vida real de uma forma fantástica.
O filme começa com o tal cineasta esloveno trabalhando com George Méliès em Paris exatamente na produção de seu filme A Viagem Impossível, a continuação de seu Viagem a Lua, só que dessa vez, o impossível era ir ao sol, produção catastrófica onde cenários pegando fogo eram quase problemas diários.
Mandado embora pelo cineasta francês, o aprendiz a diretor esloveno conhece Stefanik e ali começam a viagem impossível que um dia mudaria o rumo de seu país de origem.
Tudo contado da forma mais lúdica possível, em um filme onde a animação dá literalmente asas a imaginação da História e da narrativa.
A Viagem Impossível é também uma grande homenagem ao cinema, com referências e recriações de cenas que não ficam só no Méliès, mas que chegam a Fellini e a um jovem Roberto à beira da Fontana di Trevi.
Para quem pensa que cinema fantástico é necessariamente cabeçudo e sisudo e sério demais, A Viagem Impossível é a prova de que a criatividade e a imaginação fértil muitas vezes existem quase que como brincadeiras de criança de tão divertido que pode ser seu produto final.
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NOTA: 
1/2
