Demorei pra postar e Liberté saiu da programação do Festival do Espaço Itau Play.
O filme francês, que parecia ser o mais excitante do último festival de Cannes, de onde saiu com um prêmio do Juri da Mostra Um Certo Olhar, é uma decepção só.
O filme se passa em uma noite, onde libertinos safadinhos que foram expulsos da corte do puritano Louis XVI, se encontram no meio do mato, a caminho da Alemanha e se jogam em joguinhos sexuais.
O filme tem gente pelada, tem pinto duro, tem cenas explícitas mas não tem história pra tanto.
Nem direção, apesar de ter sido feito pelo ótimo espanhol Albert Serra, de A Morte de Louis XIV.
Os libertinos eram as pessoas que pensavam livremente na corte francesa, sem pudor não só sexual, mas principalmente filosófico.
Não sei como a palavra libertino tomou o sentido que hoje a encontramos no dicionário, o da pessoa devassa, ofensiva.
Os libertinos originais pregavam vir da liberdade da revolução francesa, aquela da liberdade, igualdade e fraternidade.
Acho que eles “exageraram” na liberdade e como a gente pode ver neste filme, a libertinagem é atrelada a quase extremos, onde o sexo não é o papai mamãe, mas envolve violência, dominação, urina e por aí vai.
Sim, tudo isso está no filme, mas o tipo de narrativa escolhida pelo diretor espanhol nos leva a um lugar de rejeição até.
Se os libertinos não procuravam agradar quem quer que fosse a não ser eles mesmos, o filme é quase um documentário, porque meu único prazer com Liberté foi quando o filme terminou.
NOTA: 1/2