Não tem jeito, minha gente, a Eva Green pode fazer literalmente qualquer coisa que ela faz como poucas.
Em A Jornada ela é uma astronauta francesa prestes a fazer sua viagem para fora da Terra.
Felicidade total, certo? Sonho de carreira, atingir o máximo na sua profissão.
Só que Sarah precisa lidar com um problema maior que testes de gravidade 7G ou de salvar seu colega americano em treinamento embaixo d’água ou pior que tudo, ter que lidar com as piadinhas sexistas dos astronautas “machos”.
Ela não consegue suportar ficar longe de sua filha, uma menina de uns 10 anos de idade super esperta, linda e totalmente ligada à mãe.
A Jornada é o filme de astronautas que a Claire Deny deveria ter feito no lugar daquela monstruosidade que lançou ano passado.
A Jornada é o filme de viagem espacial que mostra o quanto uma fodona de uma astronauta pode sofrer por ter o coração gigante, que é a coisa mais linda possível.
A Jornada da astronauta Sarah é de dar orgulho, mas também um pouco de inveja, chegar onde chegou do jeito que chegou em um roteiro bem escrito é para poucas.
A personagem foi criada com um espectro de sentimentos e possibilidades tão gigante que deve servir de exemplo para se estudar possibilidades de sentimentos expressos.
Além da sutileza e força de Eva Green, que a gente tem se acostumado a ver como personagens maiores que a vida nos filmes de Tim Burton e nas séries doidas e ótimas que ela tem feito, o grande nome do filme é a diretora Alice Winocour que mostra ser um nome a se seguir, com uma direção eficiente e por (muitas) vezes muito acima da média, em um filme que nas mãos erradas, seria uma bobagem.
Com uma fotografia beirando a perfeição em um filme todo feito dentro de espaços bem fechados mas com gotas de campos muito iluminados, o filme ainda tem uma trilha perfeita do mestre Ryuichi Sakamoto, o que é um privilégio de poucos.
Imperdível.
NOTA: