Depois de falar de um filme gay bom e de outro melhor ainda, vou falar de um não tão bacana, o israelense 15 Anos.
15 Anos não é um filme ruim per se.
O problema é que o filme conta a história de um personagem escrotíssimo, Yoav, aquela bicha de 42 anos que não aceita que está ficando velho, que trata mal todo mundo porque se acha melhor que, sei lá, a Madonna (pra ficar no universo), inclusive sua melhor amiga de infância que acaba de anunciar que está grávida.
Ah, claro, os 15 Anos do título se referem ao tempo que é casado com o lindo e fofo e gente boa Dan, obviamente também mal tratado por Yoav.
15 Anos é quase um documentário, de tão bem que mostra esse personagem tóxico tão recorrente do mundo gay.
Yoav se acha o dono da verdade, um arquiteto bem sucedido, com um casamento longo, com um círculo de amizades de dar inveja, com sua melhor amiga fotógrafa para quem posa de modelo e por aí vai.
Mas ah, deixa alguém ir contra seus princípios rasos, sua moral estúpida e suas certezas avassaladoras, o que vem a tona em um jantar onde ele surta na frente de todo esse grupo de amigos que só falam dos filhos que já adotaram, ou das crianças que vão nascer ou da vontade de seu marido Dan tem de ser pai.
O mundo de conto de fadas cor de rosa de Yoav se desmorona em um chilique e tudo o que todo mundo achava que fossem suas maiores dádivas acabam se mostrando obviamente seus grandes defeitos, respingando em todos que estavam sentados àquela mesa.
15 Anos não é um filme ruim, é bem feito, nível ok dos filmes gays israelenses, mas quando disse que parece um documentário, quis dizer que a história é normal e real demais, nada surpreende muito, parece mais uma novela onde todos os personagens são daquela forma e acabou.
Falta a profundidade de criação do filme alemão e falta o drama radical do filme russo.
NOTA: