Blue Story é um filme inglês de gangues, e na melhor tradição dos filmes ingleses de gangsters, que eu amo tanto, digo que Blue Story é o novo filme de gangster inglês.
E chegou com os 2 pés na porta.
Mas com um toque meio shakespeareano, porque seu roteirista e diretor Rapman não veio a passeio.
O filme conta a história de 2 garotos que crescem juntos e se tornam melhores amigos da vida.
Timmy é tímido, estudioso, mora em um bairro meio longe de onde estuda porque sua mãe quis afastá-lo dos amigos potencialmente perigosos.
Marco é mais seguro de si, vive a vida das gangues de perto, já que seu irmão mais velho e seu primo são bem barra pesada.
Mas a amizade dos 2 é daquelas de filme mesmo, crescem juntos, se ajudam, riem juntos, vão a festas, se ajudam nas ruas.
Até o dia que Marco acusa Timmy de ser amigo da gangue que quebrou seu braço e o bateu feio.
E o que era um filme violento, mas com aquela ponta de esperança da amizade falando mais alto que as diferenças, vira só um filme violento de gangues e lutas por território e bobagens que se tornam desgraças .
Como todo bom filme inglês de gangsters, comecei assistir Blue Story esperando o pior, com aquela sensação de desgraça anunciada, passando a primeira hora do filme com o coração na boca, achando que a cada virada de esquina, um dos personagens do filme levaria um tiro na cara.
O bom do roteiro é que as coisas não são nada óbvias e a grande coisa foi ter colocado um rapper como um tipo de coro grego, ou de menestrel até, dependendo da era que você prefira referenciar.
O cara, que é Rapman, o rapper inglês diretor do filme, conta o que está acontecendo a partir de um ponto de vista de fora, olhando para a câmera só pra confirmar o que estamos assistindo, para não termos nenhuma dúvida.
Blue Story começa com cenas reais de violência de gangues em Londres que são muito mais violentas do que as mais violentas que assistimos no filme, o que a gente vai descobrindo a medida que a ficção não chega aos pés da realidade.
Imperdível.
NOTA: