Sempre falo isso e não me canso de repetir: a primeira lição da bíblia do fazer o documentário é ter uma personagem interessante o suficiente para que sua história seja contada.
Pode prestar atenção que por mais que um filme tenha a premissa de, tipo o de ontem, contar a história de uma livraria de Los Angeles que na verdade era uma sex shop gay hard core e produtora de pornôs, o filme acaba sendo sobre a dona homofóbica do lugar.
Ou o meu preferido do ano passado, a lindeza sobre as abelhas da Macedônia que acaba sendo um filme sobre a relação da apicultora com sua mãe prestes a morrer.
Scream, Queen já me ganhou pelo nome, uma brincadeirinha com o Screm Queen, as vítimas mulheres dos filmes de terror, sempre mulheres, que viram famosas por isso. Colocando uma vírgula no meio, o título acaba virando algo como “Grita, Bicha”.
A bicha que grita, no caso, é o personagem principal do segundo filme da franquia dos filmes do Freddy Krueger, os pesadelos em Elm Street.
Neste filme, a mocinha indefesa foi substituída por um aspas moleque lindo aspas (porque não, né) que sofre todo o horror que até então as meninas sofriam das mãos, das garras e no caso das dedo-facas do Freddy.
Mark Patton, o jovem bonitinho estrela de A Hora do Pesadelo 2: A Vingança de Freddy, então um ator já conhecidinho no meio musical querendo estourar no cinemão, era um gay no armário e de lá não pretendia sair por causa dos preconceituosos anos 1980.
Não que muito tenha melhorado, diga-se de passagem, na Hollywood hipócrita. Ou melhor, no mundo hipócrita do cinema em geral.
Patton diz que durante a produção do filme ele sentiu que o roteiro era totalmente gay, mas bem sutil, e entrou na onda de fazer uma personagem mais bicha do que o normal.
Hoje em dia essa segunda parte da franquia de Freddy Krueger é tão venerada que acabou abrindo a possibilidade para esse documentário.
Patton fez o filme de sucesso e sumiu.
Escafedeu-se.
O documentário conta sua história, do que aconteceu com ele desde então e eu garanto, vale a pena saber, até para acabar com uma aura de “mistério” que envolve essa papagaiada toda já que Patton hoje em dia luta para ter de volta um lugar ao sol.
Como disse antes, para um documentário bom é necessário uma personagem boa com uma história ótima.
Patton e seu périplo como a bicha que fez o horror mais gay da história, sem o ser, pareciam ser o tiro certeiro. Mas os anos, o sumiço e os motivos todos são mais bestas e sem graça do que eu achei que veria neste filme.
Vale sim assistir este documentário se você gosta de horror, do Freddy Krueger, de fofocas de Hollywood, de histórias gays, de mania de perseguição e principalmente de histórias de sobrevivência, seja qual for.
Scream, Queen, poderia ser o grande filme de jogar toda a purpurina no ventilador de Hollywood mas quem tem, tem medo, mesmo um cara como Patton que já teve, teve medo, não deveria ter mais depois de quase 40 anos mas continua tendo.
E a pergunta que fica: o que o ícone gay Robert Englund, o próprio Freddy Krueger que até hoje não assumiu se é ou não, tem a dizer de tudo isso, se só aparece de leve e de longe uma única vez no documentário?
Bobo.
NOTA: 1/2
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