A coisa mais interessante que eu soube no documentário comemorando os 20 anos do festival americano Coachella foi que, resumindo toscamente, ele começou a partir de um promoter de shows e traficante de drogas com o intuito de aumentar seu público. De consumidores de drogas, que era onde ele ganhava dinheiro.
Piadas a parte, o Coachella acabou virando algo muito maior que só um festival de música, exatamente o que o povo do Rock In Rio todo ano diz que o festival carioca é.
Só que no mundo real e relevante.
O documentário mostra passo a passo como o festival começou como um sonho doido em um quase spa no deserto, tomado por shows de rock e que com o passar do tempo foi percebendo que ao incorporar artistas de outros estilos ia fazendo com que o festival crescesse de uma forma que eles não teriam imaginado.
Vendo a música eletrônica sair de uma tenda pequena para o palco principal, depois o hip hop chegando com os 2 pés no peito é a prova de que a cabeça dura e o preconceito artístico levam muitas vezes a um apartheid que não serve pra nada.
Pelo Coachella já passou todo mundo que importa (e também um monte de gente que não importa mesmo) da música americana, principalmente.
Poderia até dizer da música pop, ou da música popular, de quase todos os gêneros, culminando no maior show que por lá teve e que, na minha singela opinião, seria o show mais importante do século XXI: a Beyoncé em 2018, também conhecido como BeyChella, algo de um nível absurdo que pelos próximos, sei lá, 10 anos, nada chegará aos pés.
As comparações com o original Woodstock são lindas e o pior, eles pegaram a rabeira do Woodstock de 1988, o caos na terra e mesmo assim conseguiram.
Mais do que uma peça de marketing, mais do que um filme institucional, Coachella: 20 Years In The Making é um belo de um documentário que manda a real sobre o que é trabalhar com artista, o que é levar tombo achando que as coisas vão acontecer e não acontecem e depois pensando baixo, achando que ninguém vai ao festival e as filas são intermináveis.
Ao fim do post você pode assistir o filme inteiro, uma produção do YouTube Originals que vale a pena ser vista.
NOTA: