Sea Fever é o terceiro filme irlandês que eu assisto e posto por aqui nos últimos 10 dias, muito peculiar.
Sea Fever é o grande horror dessa pandemia. Sem querer.
Sea fever é a febre do mar, uma “maldição” que os pescadores podem contrair quando ficam por longos períodos no oceano, nos barcos pesqueiros, dormindo 2 horas, trabalhando muitas mais, numa rotina doentia que pode causar muita coisa ruim, inclusive paranóia horrorosa.
Sea Fever é um daqueles filmes clássicos de horror de confinamento, diria que é um neto do Alien no meio do Atlântico.
Aqui, Siobhán, uma jovem cientista, pesquisadora de vida desconhecida aquática, viajar por 10 longos dias em um desses típicos barcos de pesca com uma tripulação que mais parece uma família de tão próximos e íntimos que eles são por trabalharem juntos nessas condições radicais, de sair para pescar e só voltar com o barco lotado.
Ela é amiga de um dos tripulantes e todos os outros ficam com o pé atrás com ela, principalmente por ela ser ruiva, o que é má sorte para os pescadores irlandeses e também por ela saber nadar e mergulhar, algo que nenhum deles sabe e não condiz com suas condições normais.
Mas logo a gente descobre que Siobhán deixa de ser uma preocupação e logo vira uma cabeça pensante no problema que surge: o barco, em uma área proibida para a pesca, é acometido por ventosas estranhas e potentes que grudam por toda a embarcação e que expelem uma gosma tão forte que começa a corroer a madeira do casco.
O desespero cai sobre as cabeças dos pescadores e mal poderiam eles perceberem que aquilo seria o menor dos seus problemas.
Sea Fever é um grande filme.
É um horror bem clássico, com todos os elementos óbvios bem construídos e muito bem apresentados.
Só que Sea Fever tem o ritmo e a atmosfera de um drama. O filme não é desesperado, como eu esperava que viraria a partir de certo ponto da história.
E a falta de histeria dá ao filme um clima ainda mais pesado do que se fosse só um horror sangrento e mortal.
O “monstro” do filme só o é por causa de uma estupidez humana.
E a estupidez só piora a situação geral principalmente por irem contra as indicações da cientista.
Agora, o que foi me deixando mais chocado quanto mais a história acontecia, é a coincidência com a nossa fase de confinamento pandêmico desesperador.
Sea Fever acaba sendo uma metáfora ao acaso dos nossos dias, onde o possível monstro está ali na cara de todo mundo, sendo bem estudado e conhecido da cientista que tenta dizer o que deve ser feito para evitar uma catástrofe gigantesca e mesmo assim os pescadores preferem seguir suas crenças e credos.
E obviamente, as coisas não dão certo.
Sea Fever é basicamente um horror onde uma cientista tenta convencer uma população a ficar em quarentena. E acaba se tornando um outro horror de ficção científica com a (im)possibilidade de isso acontecer.
NOTA: 1/2