Antes de mais nada quero declarar meu amor incondicional ao maravilhoso Sean Hayes, o Jack de Will and Grace, minha série de comédia americana preferida da vida.
Sim, mais que Friends.
Eu meio que persigo Sean, quero sempre saber o que ele está fazendo e ele sempre está fazendo alguma coisa.
Mas a conclusão que eu cheguei é que ele precisa de um texto e de um diretor bons pra chegar no nível de excelência na comédia que ele alcança em algumas ocasiões.
Jack, pra mim, é o melhor personagem masculino de comédia em séries, junto das personagens femininas da Karen tb de WAG e da Phoebe de Friends.
Dito isto, Sean Hayes é o cara de Lazy Susan.
Ou melhor, a mina, já que ele é a própria Susan do título, uma mulher super mas super folgada e preguiçosa, tosca, trash, que vai levando a vida em cima de um daqueles carrinhos para idosos que alguns shoppings liberam por aqui.
Não trabalha e não quer trabalhar, não namora e não sabe o porquê, vive em uma casa largadaça, consegue um dinheirinho com a mãe drama queen (a ótima Margo Martindale que eu me derreti de elogios no filme de ontem), odeia o irmão escroto e sua vida de família feliz, não se dá bem com os vizinhos, nem com a amiga de infância nem nada.
Até que sai com um cara tosco da academia que fica dando em cima dela, por quem se empolga demais até porque o idiota não para de comprar coisas pra ela.
E o filme vai embora, um monte acontece, não muito que a gente espera que aconteça, o que é um alento já que Lazy Susan é meio chatinho.
O filme se enquadra super na categoria de Minha Mãe É Uma Peça onde um comediante de algum prestígio faz o papel de uma mulher zoada. Porque ele quer. E pode?
Eu em princípio fiquei meio chocado com um filme que, em pleno 2020, tem um ator fazendo papel de mulher. Não de homem que se veste de mulher, mas de mulher mesmo.
Aos poucos dá pra entender o quanto Hayes e suas companheiras roteiristas queriam dizer com essa papagaiada toda, o que não necessariamente justifica o filme meia boca.
Se você gosta de comédia estranha, quase melancólica, meio comédia de palhaço triste, pode gostar dessa Susan.
Não é um filme para muitos, é uma história do perdedor que se mente em encrenca atrás de encrenca, que é cuzão com todo mundo até que algo maior o faça enxergar além de sua realidade estúpida.
NOTA: 1/2