Mais um filme do Guy Ritchie, mais um filme de gangsters modernosos ingleses.
Não para, não para, não para não.
Só que dessa vez ele meio que inverteu a lógica existente e colocou um traficante de maconha americano (Matthew McConaughey) que mora em Londres e que em princípio é o mais fino de todos, com os melhores modos e o pior passado.
Eu, particularmente, vejo uma relação distante e invertida com o casamento dele com a Madonna, a pop star com um passado de posar pelada e se drogar e namorar todo mundo que se casa com um playboy inglês, o próprio Ritchie, e se mostra mais fina e classuda que a sociedade decadente da ilha da rainha.
Voltando ao filme, como ele não tinha mais como contar a mesma história, com personagens diferentes, ele teve a “brilhante” ideia de colocar um jornalista (Hugh Grant) investigativo que conhece esquema do americano, escreveu um roteiro de filme a partir da história mas tenta vender o roteiro para o próprio traficante.
Ou melhor, para seu assistente, seu braço direito (Charlie Hunnam), mais um inglês bem violentozinho que por osmose, acho, vira um playboy sofisticado.
Mas não menos gangster.
Bom, o filme se desenrola por quase 2 horas de brigas, muita maconha consumida, uma quantidade significante de outras drogas como cocaína, heroína e MDMA, bandidinhos fuleiros, bandidinhos que querem ser estrelas de hip hop e fazem seus clipes gravando as brigas e assaltos que fazem.
E a cereja do bolo, a esposa inglesa (Michelle Dockery) do gangster americano, dona de uma oficina de reforma de carros super sofisticados onde só atende mulheres com seu séquito de mecânicas mulheres.
A fotografia do filme é ótima como sempre, direção de arte também e uma coisa que me ganhou foi que Ritchie está muito menos alucinado com a montagem do filme.
Não que eu não gostasse dos filmes anteriores serem quase video clipes, mas este Magnatas do Crime, já que ele quis dar um ar mais sofisticado em geral, segurou o tchan e só exagera nas câmeras lentas.
Agora, o que ele errou feio foi na trilha: metade bem boa, com muito garage inglesão novo mas a outra metade mais sofisticada que se “combinasse” com o filme, seria maravilhoso. Mas não rolou.
E a gente já vê isso nos créditos iniciais, onde ele imita descaradamente a direção de arte de filmes do James Bond mas erra na música.
Magnatas do Crime é diversão pura, da boa, o melhor filme do diretor em muito tempo e pasmem, filme bom com o Charlie Hunnam.
NOTA: 1/2