The Hunt é o filme que não deveria ter sido feito.
Fizeram, iam lançar em setembro de 2019. Mas não deveriam ter lançado.
Resolveram lançar, marcaram data e chegou o corona virus pra atrpalhar.
Deveriam ter percebido a mensagem do inferno e deveriam ter guardado o filme.
Liberaram na net.
Que porcaria.
O filme foi escrito pelo povo que fez Lost, olha só outro sinal.
The Hunt é daqueles filmes que se propõe a serem espelhos da sociedade atual, tipo a música do Velvet Underground, mas não chegando nem à unha do dedinho do pé do Lou Reed.
Eles falam o tempo todo de liberdade de expressão, de politicamente correto, de inclusão, de preconceito, de radicalismos e principalmente de fake news como se tudo isso fosse desculpa para tudo o que temos vivido hoje em dia.
E desculpa para esse roteiro tosco.
O filme, em princípio, mostra um bando de gente acordando (sim, horror, gente acordando não se sabe aonde) não se sabe onde e tendo que de cara correr para sobreviver.
(um pouco de spoiler a seguir)
Emma Roberts e Justin Hartley, 2 ótimos atores de televisão que caíram de paraquedas no filme (tá, devem ser super amigos dos produtores), já morrem logo de cara num jogo que parece Hunger Games mais sangrento, sem ser adolescente.
Isso nos primeiros 5 minutos de filme, onde vamos vendo que esse povo que precisa sobreviver é um bando de rednecks-white trash-neo nazi, os bolsominions americanos.
E sim, eles estão no meio do mato sendo caçados por uns milionários esquerdistas.
Choque!
Parece engraçado e oportuno, até que o roteiro vai se perdendo absolutamente e o filme vira uma porcaria maior do que a polêmica a que se propõe.
Aos poucos a gente vai entendendo o que realmente está acontecendo e porque está acontecendo e a história só piora até culminar no encontro final onde tudo vem a tona e lembra do fiasco que foi o final de Lost? O final desse filme atinge o mesmo nível de decepção.
Se bobear, a decepção é ainda maior já que a gente descobre que toda referência a Orwell e sua Guerra dos Mundos é totalmente errada, como nos explica (como se precisasse) uma das personagens do filme.
Ainda não entendi o propósito desse erro imperdoável. Se eles quiseram “perverter” a fazenda dos animais que se revoltaram com seus donos nesse roteiro, eles se perderam tanto no recriar e repensar e dar um monte de voltas filosóficas que tem um close de decepção de uma personagem ao final que deveria ser o poster do filme com a chamada: Fu. Ja.
NOTA: 1/2