Sábado é dia de #alertafilmão.
Goldie é o ápice do #alertafilmão.
Indie punk que se passa no submundo da pobreza de Nova Iorque, escrito e dirigido pelo holandês Sam De Jong, do jeito que tem que ser o cinema em 2020.
Vivida pela maravilhosa instagirl Slick Woods, Goldie é uma adolescente que vive com suas 2 irmãs mais novas, com sua mãe picareta e o padrasto pilantra em centros de acolhimento na periferia da cidade.
Quando sua mãe e o namorado vão presos, Goldie tem que se virar para manter as irmãs por perto para que elas não sejam separadas por assistentes sociais enquanto seu sonho de ser dançarina meio que atrapalha o dia a dia de sofrimento.
Goldie é um filme cru. Seco. Frio.
E Goldie é um filme colorido, porque Goldie é uma personagem cheia de vida, calorosa, amorosa e esperta. Aprendeu desde cedo a viver em situações extremas, a sobreviver.
Mas ainda é uma criança, ainda é uma adolescente, apesar do tamanho, da esperteza toda e de conseguir não deixar que suas irmãs pequenas percebam o que está acontecendo realmente, tipo ela se desesperando a cada minuto que se passa.
Goldie o filme se passa quase em tempo real, ninguém ali pode perder tempo: a polícia vai aparecer atrás das irmãs pequenas; o produtor do clipe do rapper que Goldie vai fazer quer saber onde ela está; o dono da loja do casaco amarelo vai vendê-lo pra quem primeiro chegar com o dinheiro.
Enquanto isso Goldie, a menina, não tem onde dormir, não tem o que comer, não aceita “esmola” de ninguém e mesmo assim faz escolhas erradas sempre que pode.
Goldie é um filme que apesar disso tudo, da crueza e dos tapas na cara, exala amor e vontade de viver.
O filme é uma aula de amor de mãe, da mãe que resta, da mãe possível. E deve ter custado 1/10 de quanto custa um capítulo da novela das 9 da Globo.
NOTA: