Semana passada eu falei aqui sobre o filme do Sonic e como ele se distanciou do game, virando mais um filme infantil bonzinho que um filme infantil bonzinho com muita referência ao video game original.
Guns Akimbo é o extremo oposto do Sonic: O Filme.
Daniel Radcliffe é um nerd programador de video game que um dia, sem querer querendo, entra em um game totalmente radical e violento em tempo real e em vida real e se acha espertão demais pra tirar sarro dos caras.
Os donos do tal Skizm, uns punks pós apocalípticos distópicos do malzão, não contentes com os comentários, acham o IP do cara, o endereçø real, vão até a casa dele, dão uma surra no fofo, que apaga e quando acorda tem um revólver preso, parafusado, em cada mão.
Sim, os caras parafusaram uma arma em cada mão dele, em todos os dedos, deixando livre só o dedo pra atirar.
E ele só vai ser liberado disso quando matar a maior jogadora do tal game, a punk cheiradora contumaz Nix (Samara Weaving mandando muito bem).
Puta ideia doida, num filme indie neo zelandês bacana, provavelmente bancado institucionalmente pelo próprio Harry Potter, que deve pegar esses papeis radicais primeiro por ter bom gosto e segundo pra se distanciar cada vez mais da pecha do bruxinho.
Acontece que Guns Akimbo tem um problema, oposto e igual ao Sonic: o que faltou de game e sobrou de roteiro lá, aqui acontece o contrário, falta roteiro e sobra game.
Parece que você fica assistindo uma transmissão de uma partida no youtube por mais de 1 hora.
O filme fica cansativo sem parecer excitante. Como uma viagem noitada ruim com cocaína batizada que a Nix cheira o filme todo, uma hora não adianta pra mais nada, só tá lá pra resolver a nóia do viciado.
O filme é bem feito demais, os efeitos visuais são ótimos, câmera boa, um pouco forçadinha em muitos momentos pra parecer moderninha demais.
Mas cadê o roteiro?
Cadê os personagens interessantes? Tudo é óbvio demais, você sabe exatamente quem é quem no filme e como cada um vai terminar.
Uma pena.
NOTA: