Finalmente assisti o belga Cadáveres Bronzeados, filme muito falado e pouco visto.
O filme é uma doideira sem fim, 92 minutos de delírio imagético, visual e sonoro, com tanta referência ao cinema dos anos 1970 que me deixou até nervoso.
O filme conta a história de uma artista que mora em uma ilha/praia abandonada no Mediterrâneo, com suas coisas doidas, suas drogas e viagens e suas visitas esporádicas.
Um dia aparece por lá uma turminha que acabou de roubar uma quantidade significativa de barras de ouro e acha que a tal praia vazia seria o lugar ideal para se esconder.
Até que descobrem que lá não está tão vazio assim e a doideira deles entre em confronto direto com a doideira da artista e a sua própria turma de desajustados.
História besta até, sem muita opção de reviravolta e surpresa, pensei eu.
Até que aos poucos os diretores vão mostrando a que vieram com seu monte de referências.
Imagina essa bagunça filmada a 6 mãos pelo Dario Argento junto com o Mario Bava e o Alejandro Jodorowsky.
Só que ao invés da psicodelia radical e das drogas dos anos 1970, coloque no turbilhão a anfetamina e o podre dos opióides dos nossos tempos.
O que acaba sendo mais legal ainda, dando uma nova dimensão a uma possível viagem que temos visto a torto e a direito nesse revival de filmes de horror com luz vermelha e trilha de órgãozinho retrô.
Pra radicalizar mais ainda, a trilha foge desse clichê e vai para o lado de um Moricone dos infernos.
Cadáveres Bronzeados seria um puta de um filme se tivesse um roteiro bem escrito e bem desenvolvido, o que foi deixado de lado pela estética do filme e por isso entra para nossa lista do coração de filmes cults.
NOTA: 1/2