Começar uma resenha com uma citação à Rianna é pra poucos.
A frase do marketing de Primeiro Amor, o novo petardo do nosso japonês preferido from hell Takashi Miike, poderia ser “we found love in a hopeless place” (nós encontramos o amor em um lugar sem esperança, ou algo parecido).
Primeiro amor, se a gente fosse bem cabeça aberta, pode ser considerado uma comédia romântica em meio a muita droga, violência desenfreada e algumas cabeças decepadas no submundo criminoso de Tóquio.
O filme, no final das contas, é uma historinha de amor entre um boxeador meia boca que descobre que tem um tumor no cérebro prestes a estourar e uma prostituta junkie, vendida por seu pai para um casal de bandidos e traficantes.
Eles se encontram quando ela aparentemente fugia de um policial corrupto que estava atrás de seu pai e o boxeador nocauteia o cara que perseguia a bonitinha que corria desesperadamente.
O que ele não esperava é que com isso entraria no meio de uma história bizarra de drogas roubadas, dinheiro devido, chefões do crime sem dó nem piedade e seus asseclas que matam e não perguntam e o pior de todos, Monica, a dona da prostituta, mulher do traficantezinho de quinta, procurando vingança a qualquer custo.
Takashi Miike, com mais de 100 filmes dirigidos nas costas, sabe exatamente como filmar esse roteiro cheio de encontros e desencontros, de gente morta que não acaba mais e gente que deveria estar morta que também não para de aparecer.
O roteiro de Primeiro Amor vai deixando um rastro de sangue bem denso enquanto a prostituta junkie procura o amor de sua vida e o boxeador tenta protegê-la não só dos “malvados” mas também dela mesma.
Primeiro Amor poderia ser mais uma porradaria de Miike, mas quando falei em comédia romântica foi porque o filme tem um senso de humor bizarro, bem propício para tirar o filme de uma zona de conforto esperada.
E o melhor é que Miike consegue isso sem nenhuma reviravolta de roteiro, que caberia perfeitamente nesse intricado de história, o que faz de Primeiro Amor mais especial ainda.
NOTA: