Finalmente consegui assistir o indicado da Polônia e finalista do Oscar de Melhor Filme de Língua Não Inglesa, Corpus Christi.
Que. Filme.
Apesar de em princípio nem ser tão violento, quando terminei de assistir parecia que tinha visto quase 2 horas de porrada na cara.
Baseado numa história real, o filme conta a história de um jovem que, depois de anos, está prestes a sair do reformatório com o sonho de ser padre. Mas com sua “ficha”, obviamente que os católicos não o aceitam (já se fosse pedófilo…).
Com a ajuda do padre do reformatório, ele consegue um emprego em uma fábrica do outro lado do país, pra onde viaja com um mimo: uma camisa de padre, com colarinho e tudo.
Ao chegar lá, resolve dar uma passada na igreja antes de ir pro trabalho, e mente dizendo que é um padre em viagem de peregrinação pelo país.
É levado para conhecer o padre da região, um alcoólatra que não consegue parar em pé (olha lá, isso pode) que convida o jovem a ficar em sua casa para ajudá-lo na paróquia.
E assim começa a desgraça anunciada, o tipo de filme que mais me dá dor de estômago e nervoso.
Corpus Christi não deixa por menos, faz com que a tensão da mentira vá bem sutilmente se mostrando na história, mas para nós que sabemos a verdade, a sutileza é o gatilho do caos.
O padre bêbado vai para a reabilitação sem avisar seus superiores, claro, e pede para o padre que não é ficar em seu lugar.
Ele se anima e reza missas, faz sermões progressistas, ouve confissões e pior que tudo, ele resolve ir contra os poderosos da cidade que escondem um segredo de um acidente que matou vários jovens, culpa de um cara “bêbado” que também morreu e que agora sua mulher paga por seu pecado.
Só que ele é mais um líder espiritual que um padre, propriamente dito.
E o pior, ele procura redenção de seus pecados do passado através de suas ações. Mentindo.
Decisões trágicas, tudo errado.
Eu poderia dizer que Corpus Christi é um thriller, um suspense, um drama de horror, porque todos sabemos como a história provavelmente vai terminar mas mesmo assim sofremos enquanto a acompanhamos.
O roteiro do filme parece ser até que óbvio, sem grandes surpresas e sem nenhuma reviravolta, mas poderoso o suficiente para que a competência do diretor Jan Komasa o transforme em um filme imperdível.
NOTA: 1/2