E não é que O Escândalo é um bom filme?
A história das mulheres que sofreram assédio sexual pelo chefão da Fox News, o escrotíssimo Roger Ailes antes do #metoo me deioxu bem impressionado.
O Escândalo tem um belo de um roteiro escrito para ser ágil, sólido e com uma história facilmente acompanhável caiu nas mãos eficientes do diretor Jay Roach que se esconde por trás de uma direção eficiente.
O elenco do filme é um absurdo de bom, encabeçado pela produtora/dona do filme Charlize Theron que faz a famosa apresentadora conservadora Megyn Kelly e vive um duelo lindo com um dos meus preferidos John Lithgow, embaixo de kilos de gordura falsa no papel de Ailes.
Pra isso eles contam com um elenco de coadjuvantes dos sonhos, começando com Nicole Kidman e Margot Robbie, passando pela minha preferida Allison Janney (no melhor sotaque do filme), Mark Duplass, Kate McKinnon e por aí vai.
A história real do filme foi um escândalo nos EUA, como eu disse, antes da comoção toda do movimento #metoo. E o escândalo foi maior ainda exatamente por ter acontecido em uma rede de notícias absurdamente conservadora, de extrema direita, onde em princípio todo mundo é “cristão” e “cidadão de bem”.
Só que não, como bem sabemos.
O filme poderia ser muito, mas muito melhor, se não demorasse tanto para acontecer, se não demorasse tanto focando em acontecimentos que a gente já tem ideia de como vão terminar, já que não tem nenhuma novidade ou surpresa no que acontece na história.
O melhor do filme é mesmo o elenco, um melhor que o outro, Charlize escondida atrás de uma maquiagem ótima, Nicole de coadjuvante de luxo e a Margot boa como sempre, só que incensada por um papel besta, o que só prova o quanto Hollywood está apostando nela, que é boa mas não é das que me deixam chocado a cada filme.
O Escândalo é bacana, poderia ser muito melhor ainda mais com a perspectiva de elenco e roteiro do filme, onde a discussão do assédio fica a um nível tão raso quanto mostrado na Fox News da vida real, onde a protagonista da história deixa claro o tempo todo que ela não é feminista, que o caso não é esse.
NOTA: 1/2