Por que Trainspotting é um filme tão bom que a gente ama tanto, mesmo sendo um dos filmes mais “junkies” de todos os tempos onde uma galera viciada em todas as drogas e bebidas possíveis só faz merda e se dá mal?
Acho que exatamente por isso, porque nos mostra esses doidões, suas manias e vícios de uma forma como nunca tínhamos visto antes.
Não é um filme moralista, muito pelo contrário, não é um filme que faz apologia às drogas ou ao crime ou a perversidade toda que vem junto com tudo isso.
Trainspotting é antes de mais nada um filme sobre a amizade. De junkies detonados, mas de amizade.
O povo se ajuda como pode e também como não pode.
E no meio disso eles tentam se divertir.
Trainspotting é “O” filme sobre drogas que serve de referência e sempre vai servir.
Os escoceses heroinômanos que ouvem a melhor música possível sempre estará nos nossos corações e nas nossas lembranças, sejam entrando de cabeça numa privada toda marrom ou delirando enquanto um bebê morto engatinha no teto do quarto.
E o que isso tudo tem a ver com A Million Little Pieces?
Parece que o casal formado pela diretora Sam Taylor-Johnson e seu marido e ator fetiche Aaron Taylor-Johnson que escreveram o roteiro desta porcaria, não assistiram Trainspotting e não aprenderam que fazer filme sobre viciados em drogas em casas de recuperação é a coisa mais chata do mundo.
Infelizmente.
Só como curiosidade, a diretora e o ator se conheceram e se casaram quando ela dirigiu Nowhere Boy e Aaron viveu lindamente um John Lennon jovenzinho mais de 10 anos atrás.
Assistir por quase 2 horas o cara brigar e ficar mal humorado e chato e vomitar e brigar de novo e discutir e afrontar e querer fugir? Ninguém aguenta mais isso.
A história (real) do junkie James Fray com certeza funciona no livro onde foi baseado o roteiro do filme.
Cinematograficamente falando, nem as cenas (várias) do bonitão Aaron pelado salvam.
Aliás, duvide de um filme sobre junkies que é vendido pelas cenas de nu frontal.
NOTA: